Candidata do Bloque Nacionalista Galego (BNG) subiu nas intenções de voto segundo sondagens e pode ameaçar maioria absoluta do PP.
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Ana Pontón, candidata do Bloque Nacionalista Gallego (BNG), assumiu nas últimas semanas lugar de destaque no cenário das eleições autonómicas do próximo domingo na Galiza. Algumas sondagens indicam uma subida considerável das intenções de voto no BNG, posicionando-o como segunda força política a seguir ao Partido Popular (PP), que há 15 anos detém maioria absoluta no Parlamento galego.
Nas eleições de 2020, o atual líder centrista, Alberto Nuñez Feijóo, que entretanto, em maio de 2022, deixou a Junta da Galiza nas mãos de Alfuenso Rueda, conquistou 42 em 75 deputados. Para manter a atual maioria absoluta, precisa eleger no domingo pelo menos 38.
Se a tendência de voto revelada pelo barómetro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) se confirmar nas urnas, o BNG de Ana Pontón poderá governar em aliança outros partidos de esquerda. No caso, com o PSOE, com uma soma de 51,5 % dos votos, enquanto o PP se ficaria pelos 42,2%.
Em declarações à TSF, a candidata nacionalista, afirmou que acredita que vai fazer história.
“Esta campanha está a ser emocionante. Vemos que a sociedade galega esta a sair a lutar por uma mudança. Nunca sentimos antes esse alento das pessoas na rua, nas redes sociais e nos actos [de campanha], onde transborda o entusiasmo”, declarou, continuando: “Estou convencida que se toda a gente que quer mudança, for votar, e se não se perder nenhum voto e se se unirem no BNG todos os que querem uma Galiza melhor, no próximo 18 de fevereiro teremos por primeira vez na história uma mulher na presidência”.
Se for eleita presidenta, Ana Pontón, promete reforçar a cooperação entre a Galiza e o Norte de Portugal. “O próximo governo da Galiza tem, do meu ponto de vista, um repto muito importante que é fazer das relações entre a Galiza e o Norte de Portugal, um eixo fundamental do nosso desenvolvimento económico”, declarou, considerando: “Há muitos laços que nos unem, culturais, históricos, linguísticos, a partir do quais, com uma cooperação inteligente dos dois lados da raia, poderemos avançar”.
Pontón destacou que a cooperação com Portugal, “sempre foi uma prioridade para o BNG”. “Temos que colocar em marcha uma estratégia que nos permita desenvolver sectores económicos de um lado e de outro da fronteira, e ter uma maior relação cultural, também no âmbito da investigação nas universidades. Essa será uma aposta estratégica se eu for a próxima presidenta”, concluiu.
O PP foi sempre o partido mais votado nas 11 eleições para o Parlamento galego desde 1981, com apenas duas exceções:
um curto governo entre 1987 e 1989, após uma moção de censura, e uma coligação do PSOE e o BNG, após as eleições de 2005.
