Blinken começou a trabalhar com o futuro Presidente há quase 20 anos, tendo sido também vice-secretário de Estado durante a Presidência de Barack Obama. O perfil do antigo conselheiro de segurança nacional é oposto ao de Mike Pompeo.
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Anthony Blinken deverá ser o homem escolhido por Joe Biden para o cargo de secretário de Estado. A escolha deve ser anunciada na terça-feira, dia em que o Presidente eleito dos Estados Unidos vai revelar alguns dos nomes fortes da equipa que assume funções na Casa Branca a partir de 20 de janeiro.
Blinken é um velho aliado de Joe Biden, e começou a trabalhar com o futuro Presidente há quase 20 anos, tendo sido também vice-secretário de Estado durante a Presidência de Barack Obama. Agora prepara-se para substituir Mike Pompeo, e as diferenças são notórias.
Descrito como "amável e educado", Anthony Blinken pensou em ser jornalista ou produtor de filmes antes de começar a trabalhar no departamento de Estado, em 1993, na área da política europeia. Foi também o responsável pelos discursos de Bill Clinton para a política externa.
Trabalhou com Obama, e a aliança com Joe Biden tem mais de 20 anos. Remonta à época em que os dois trabalhavam lado a lado no Senado, e, mais tarde, na Casa Branca. Nessa altura, foi conselheiro de segurança nacional quando Biden era vice-Presidente.
Conhecido como centrista, defensor da Europa e das alianças globais, Anthony Blinken, de 58 anos, nasceu em Nova Iorque. Filho de um embaixador e enteado de um sobrevivente do Holocausto, estudou e trabalhou em Paris. Fala francês e toca guitarra. Tem até uma banda, com um grupo de amigos do tempo em que estudou em Harvard.
Foi pai há poucos anos. A confirmar-se a nomeação, será o primeiro secretário de Estado norte-americano da era moderna a educar crianças pequenas enquanto estiver no cargo.
Mas a paciência e a diplomacia de Blinken será testada acima de tudo a reatar laços desfeitos pela administração Trump, para que os EUA voltem a ser olhados como aliados de confiança.
Entre as prioridades, estará o regresso ao acordo de Paris, ao acordo nuclear com o Irão e à Organização Mundial de Saúde.
Blinken deverá também tomar uma nova atitude face à China. Já defendeu mesmo que há áreas em que Washington e Pequim podem trabalhar em conjunto.
Numa conferência este verão, Anthony Blinken foi claro: os grandes problemas não têm soluções unilaterais.
Mesmo um país tão poderoso, como os EUA, não pode sozinho resolver questões como as alterações climáticas, o armamento ou uma pandemia à escala global.
* e Catarina Maldonado Vasconcelos