Antigo Presidente Collor de Mello detido no Brasil para cumprir pena por corrupção
Presidente do país de 1990 a 1992, foi condenado a oito anos e dez meses na Lava-Jato. Esgotados os recursos, teve prisão decretada pelo Supremo. É o sétimo chefe de estado do país com problemas na Justiça
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A polícia deteve às 04h00 no Brasil (08h00, no horário de Lisboa) desta sexta-feira, 25 de abril, Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil de 1990 a 1992, em Maceió, capital do estado de Alagoas. O político de 75 anos, condenado em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, teve a prisão efetiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ver todos os recursos esgotados.
Collor é acusado de receber 20 milhões de reais de subornos num esquema de corrupção em torno da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, a estatal petrolífera em que incidiu a Lava Jato. Segundo a defesa do antigo chefe de estado, que confirmou a detenção, “as acusações são baseadas apenas em delações premiadas”.
Primeiro presidente eleito após a redemocratização do Brasil em 1988, Collor caiu logo após dois anos de governo por impeachment, sendo substituído por Itamar Franco, seu vice-presidente. Na ocasião, foi acusado de corrupção passiva, mas acabou absolvido em 1994. O impeachment envolveu denúncias do próprio irmão num esquema cujo protagonista foi o tesoureiro Paulo César Farias, mais tarde encontrado morto.
Collor voltou à política ativa em 2007, como senador por Alagoas, e, em 2022, concorreu ao Governo do estado, sem sucesso.
Desde a redemocratização, seis presidentes tiveram problemas com a justiça, incluindo Jair Bolsonaro, réu em tentativa de golpe de estado e outros crimes. Lula da Silva chegou a estar preso 580 dias, mas a sentença foi anulada, o nome de Dilma Rousseff foi envolvido num dos processos, mas foi absolvida, Michel Temer teve problemas com a procuradoria durante o mandato e foi preso preventivamente e José Sarney viu arquivado processo na Lava Jato.
