O antigo presidente egípcio Hosni Mubarak afirmou hoje nada ter feito de mal, pouco depois de um tribunal ter retirado as acusações contra si de cumplicidade na morte de manifestantes na revolução que o derrubou em 2011.
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«Eu não fiz nada de mal», afirmou Mubarak, de 86 anos, numa entrevista por telefone à televisão a partir do hospital militar onde está a cumprir uma pena de três anos por corrupção, na sequência de um outro processo.
Além de retirar aquela acusação, o Tribunal Penal do Cairo absolveu o antigo presidente egípcio de uma acusação de corrupção.
Num primeiro julgamento pelos mesmos factos, Mubarak foi condenado a prisão perpétua, mas a sentença foi mais tarde anulada por razões técnicas e o caso teve de ser novamente julgado.
Sete altos responsáveis dos serviços de segurança, incluindo o ex-ministro do Interior Habib al-Adli, também acusados de cumplicidade com Mubarak na morte de manifestantes em 2011 foram hoje absolvidos pelo mesmo tribunal.
Depois de ter abandonado o tribunal e ter sido transportado para o hospital, Mubarak apareceu à varanda do seu quarto numa cadeira de rodas para saudar os seus partidários que lhe vieram expressar apoio.
O regime Mubarak, odiado há quatro anos, tem vindo a ser reabilitado na opinião pública e pelos media desde que o ex-chefe do exército e atual chefe de Estado Abdel Fattah al-Sissi destituiu o presidente islamita Mohamed Morsi em julho de 2013.