Em causa, estão as acusações de empregos indevidos, usufruídos pela mulher e dois filhos, com remuneração de mais de um milhão de euros.
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O antigo primeiro-ministro francês François Fillon e a mulher vão ser julgados por corrupção, no caso dos empregos fictícios que Fillon terá concedido a familiares. Fillon, que foi candidato à presidência francesa em 2017, é alvo de acusações de que tinha pago à mulher e a dois filhos mais de um milhão de euros durante anos, por cargos como assistentes de deputados, que não deveriam sequer ser remunerados.
Dois anos e meio após a abertura de uma investigação criminal contra o casal Fillon, os juízes investigadores do centro financeiro de Paris encaminharam o processo para o Tribunal Penal, de acordo com o que apurou o jornal francês Le Monde, que confirmou estas informações junto de uma fonte da Justiça francesa.
O ex-primeiro-ministro vai ser julgado por apropriação indevida de fundos públicos, ocultação de desvio dos fundos, abuso de ativos corporativos e incumprimento de declaração de rendimentos. Penélope Fillon será também presente a tribunal por cumplicidade e ocultação da apropriação indevida de fundos públicos, bem como por ocultação do abuso de ativos corporativos. Os filhos ficarão de fora das implicações legais.
O ex-vice-adjunto de Fillon, Marc Joulard, terá de responder à acusação de apropriação de fundos públicos. Foi o deputado que contratou Penélope Fillon em maio de 2002.
O caso foi divulgado em 2017, em plena campanha para as presidenciais francesas, nas quais Fillon era, até maio desse ano, o grande favorito. Depois das revelações, manteve a sua candidatura, mas acabou por ser eliminado na primeira volta, frente ao atual Presidente, Emmanuel Macron, que foi eleito na segunda volta.
O julgamento, de acordo com o jornal francês, poderá ter início no final deste ano.