António Costa: “Alargamento aos Balcãs Ocidentais é o mais importante investimento geopolítico”

No dia em que se estreia numa reunião europeia, desde que assumiu funções como presidente do Conselho Europeu, numa cimeira com os países dos Balcãs ocidentais, António Costa afirma que o alargamento da União Europeia como “o investimento geopolítico mais importante em paz, segurança e prosperidade”.

“Estamos muito comprometidos com este alargamento”, assegurou António Costa à entrada para a cimeira, destacando que os países dos Balcãs estão a avançar no sentido de uma “integração gradual” e estão já a testemunhar transformações com “benefícios concretos” para os cidadãos.

Como exemplos de melhorias, António Costa apontou a “liberalização de vistos, a extensão do roaming, meios de pagamentos mais fáceis, mais baratos, e mais rápidos”.

“Isto são benefícios concretos. E, claro, com o plano de crescimento é um game changer, que pode transformar os Balcãs Ocidentais nas próximas décadas”, sublinhou Costa, que espera um futuro comum entre países que já partilham laços históricos e geográficos, além de “valores comuns”.

“Pertencemos à mesma família europeia: partilhamos um continente, mas, ainda mais importante, partilhamos valores comuns e uma história comum”, sublinhou o presidente do Conselho Europeu, para quem “o alargamento é uma prioridade”, e “o investimento geopolítico mais importante em paz, segurança e prosperidade”.

O encontro pretende destacar que, num contexto geopolítico marcado pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e o conflito no Médio Oriente, a parceria entre a União Europeia e os Balcãs Ocidentais é mais importante do que nunca. 

Os líderes europeus deverão reiterar o compromisso inequívoco com a perspetiva de adesão dos Balcãs Ocidentais, vendo o alargamento como um investimento estratégico em paz, segurança e prosperidade.

De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pela TSF, serão destacados progressos no processo de integração, com foco no Plano de Crescimento para os Balcãs Ocidentais, que poderá duplicar o crescimento económico na próxima década. 

A implementação de reformas credíveis, o respeito pelo Estado de Direito e pelos valores europeus, como a liberdade de expressão e o combate à corrupção, mantém-se como condições fundamentais para a adesão à União Europeia.

Os chefes de Estado ou de Governo deverão destacar a importância da integração económica regional através do Mercado Regional Comum e das ligações ao mercado único da UE.

Outro tema central no debate prende-se com a necessidade de uma normalização das relações entre Belgrado e Pristina, com a implementação dos acordos facilitados pela UE como uma prioridade. 

Espera-se que os líderes europeus apelem a um reforço a cooperação em segurança e defesa, ao combate a ameaças híbridas e à desinformação - e a alinhamento com a União Europeia em matéria de política externa.