António Costa revelou que há "avanços" nas negociações no Brexit e que, a pouco mais de duas semanas, "estão criadas condições" para que haja um desfecho.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro afirma que as negociações para a retirada do Reino Unido da União Europeia avançaram. Depois da cimeira de Salzburgo, António Costa acredita que um acordo para o Brexit está cada vez mais próximo, já que o debate saiu do impasse.
TSF\audio\2018\09\noticias\20\03_joao_francisco_guerreiro_16h
"Há avanços", afirmou o primeiro-ministro, frisando que para Theresa May "deixou de ser uma questão de princípio não aceitar em caso algum a jurisdição do Tribunal de Justiça [da União Europeia]".
De acordo com o resultado da proposta da primeira-ministra britânica "verificou-se que não é praticável, por não permitir manter a unidade do mercado interno", afirmou, frisando que se trata de "um principio fundamental que não podia ser posto em prática".
No entanto, António Costa acredita que não será preciso utilizar um período dilatado até novembro, como admitiu o presidente do Conselho Europeu, já que "hoje ficou muito claro que em outubro tem de haver um acordo final, sem prejuízo de depois poder haver acertos de redação final. Mas a decisão sobre o acordo tem de ser tomada em outubro".
A pouco mais de duas semanas da realização da cimeira de outubro, António Costa acredita que "estão criadas condições" para que haja um desfecho das negociações que permita apresentar uma decisão sobre a existência ou não de um acordo sobre o processo de retirada do Reino Unido da União Europeia.
"O nosso negociador Michel Barnier tem agora um mandato claro e uma proposta clara e julgo que bastante pragmática, que nos permitirá resolver essa questão central para finalizar o acordo que é a questão da fronteira com a Irlanda", que até aqui tem sido a mais difícil de resolver.
A falar no final da cimeira de Salzburgo, que decorreu no mesmo auditório em que Robert Wise dirigiu o filme The Sound of Music, ou Música no Coração, na tradução em Português, António Costa reconheceu que esta não foi a mais consensual das cimeiras.
"Não saímos daqui tão unidos como a família Von Trapp", que protagonizou o musical rodado na década de 60. "Mas creio que estamos aqui no bom caminho para, em outubro, seja nas migrações, seja no Brexit, podermos avançar com maior consistência, do que a situação em que estávamos no ano passado", afirmou o primeiro-ministro.