"O pior dos crimes é a própria guerra." Guterres diz que conflito "no século XXI é um absurdo"
O secretário-geral da ONU esteve em Borodianka, Bucha e Irpin. António Guterres tem ainda encontro marcado com Zelensky durante a tarde desta quinta-feira.
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta quinta-feira que "uma guerra no século XXI é um absurdo", à chegada a Borodianka, nos arredores da capital ucraniana.
"Imagino a minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico. A guerra é um absurdo no século XXI, nenhuma guerra é aceitável no século XXI", disse o secretário-geral das Nações Unidas, durante uma visita a Borodianka, localidade onde os ucranianos acusam os russos de terem cometido crimes durante a ocupação da região em março, relatou a agência de notícias France-Presse (AFP).
António Guterres fez essas declarações aos jornalistas diante de casas em ruínas em Borodianka, acompanhado por soldados ucranianos e autoridades locais.
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"O pior dos crimes é a própria guerra"
O secretário-geral das Nações Unidas deslocou-se também a Bucha, onde sublinhou a importância de uma investigação sobre eventuais crimes de guerra.
"Apelo à Federação Russa para que aceite e colabore com o Tribunal Penal Internacional", disse Guterres durante a sua visita a uma vala comum, expressando "total apoio" a uma investigação do TPI.
"Quando falamos de crimes de guerra não podemos esquecer que o pior dos crimes é a própria guerra", acrescentou.
António Guterres visitou ainda Irpin onde reforçou que "sempre que há uma guerra o preço mais alto" é pago pelas populações.
Nesta que é a sua primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, António Guterres tem encontro marcado para esta tarde com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O secretário-geral da ONU chegou à Ucrânia na noite de quarta-feira após uma visita a Moscovo na terça-feira, onde se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin, e pediu à Rússia que trabalhe com a ONU para permitir a retirada de civis de áreas bombardeadas, principalmente no leste e sul da Ucrânia, onde a Rússia está a concentrar a sua ofensiva.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar.
A ONU confirmou na quarta-feira que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, mas manteve o alerta para a probabilidade de os números serem consideravelmente superiores.
O conflito levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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* Notícia atualizada às 09h48