Ainda à espera de um vencedor nas eleições presidenciais, muitos norte-americanos tentam desligar-se das notícias sobre a contagem de votos - sem fim à vista.
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Já não conseguem ouvir falar em eleições. Saturados por uma espera interminável, muitos norte-americanos procuram uma pausa na corrente de informação sobre a contagem de votos.
No parque da Washington Square, em Nova Iorque, vários eleitores recusam falar com a TSF, explicando que estão cansados do tema. Por alguns momentos, nem querem pensar em Trump ou Biden. Preferem ler, andar de skate, aproveitar o Sol de Outono ou ouvir o pianista que toca no centro da praça.
Com um livro no colo, Meredith Mayor, 95 anos, confessa que se sente "muito ansiosa. Houve outras vezes em que me senti muito perturbada, devido à política - durante a era McCarthy e por aí. Mas nunca houve nada como Trump", declara. "Tenho vergonha do nosso país, por ter tido um presidente desastroso, de tantas maneiras, durante quatro anos".
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Meredith já só liga a televisão duas vezes por dia. Desliga o rádio e não usa as redes sociais. Salienta que "esta eleição não tem comparação com nenhuma outra e eu votei em todas as eleições presidenciais desde 1948".
Peter, 76 anos, também tem dificuldade em manter-se a par da informação eleitoral. "Estão a dar notícias em todos os canais de televisão. Nunca tivemos uma eleição com este nível de ansiedade", afirma. Apesar do cansaço, Peter arrisca um prognóstico: "provavelmente Trump vai ganhar, mas será um roubo, não uma vitória legítima". Este eleitor realça que o presidente dos EUA "está a abrir todos estes processos judiciais, para fazer parecer que ganhou de forma legítima" e "ninguém tem coragem de o parar". Peter suspeita que Donald Trump vai agarrar-se ao poder, apoiado por grupos radicais como os Proud Boys, e só uma "intervenção militar" do Pentágono poderá retirar o presidente da Casa Branca.
Esta sexta-feira, entra-se no terceiro dia de contagem dos votos.
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A autora não escreve segundo as norma do novo acordo ortográfico