Milhares de pessoas nas ruas de Londres acompanharam a cerimónia de coroação do rei Carlos III.
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Isabel II morreu em setembro do ano passado, e, agora, é a vez do filho Carlos III assumir o trono. Este sábado, perante mais de dois mil convidados e milhares de pessoas nas ruas da capital inglesa, o rei Carlos III e a rainha Camila foram coroados numa cerimónia na Abadia de Westminster, em Londres, que seguiu rituais ancestrais.
O arcebispo de Canterbury colocou, às 12h02, na cabeça do rei Carlos III a coroa de Santo Eduardo, a mais importante joia real britânica, com 2,230 quilogramas de ouro maciço, incrustada com rubis, ametistas e safiras, sobre um forro de veludo e arminho.
Carlos III foi ungido nas mãos, no peito e na cabeça com azeite consagrado, numa cerimónia privada, que simbolizou o momento em que o rei se tornou o líder da igreja anglicana. Foi então despojado das vestes que trazia quando entrou na abadia.
Recebeu depois diversas peças das joias da coroa, que simbolizam a transmissão de poderes, entre elas a espada de Estado. Ao rei foram entregues a estola, o manto imperial e um orbe, símbolo de que o poder dos reis está sujeito ao poder de Deus.
Carlos recebeu também o anel do soberano, que simboliza a aliança entre o rei e o seu povo, uma luva que simboliza o uso da autoridade com serenidade, e os dois cetros, um, com uma cruz, símbolo do poder real e da justiça, e um outro, com uma pomba, que simboliza equidade e misericórdia.
Depois da coroação de Carlos III, a rainha consorte, Camila, com 75 anos, que até então não tinha participado na cerimónia, recebeu uma coroa que pertenceu à rainha Mary, avó da falecida rainha Isabel II.
Para assinalar o momento da coroação, trombetas e salvas de canhão soaram em 13 locais do Reino Unido, incluindo na Torres de Londres, na capital, passando por Edimburgo, na Escócia, em Cardiff, no País de Gales, e em Belfast, na Irlanda do Norte, assim como nos navios da Marinha real no mar.
Após a cerimónia na Abadia de Westminster, em Londres, seguiu-se um cortejo até ao Palácio de Buckingham, onde os reis acenaram à multidão, cumprindo a tradição que começou com a coroação de Eduardo VII, em 1902.
Na varanda, os monarcas, rodeados pelos membros seniores da família real inglesa, assistiram a um espetáculo aéreo que estava programado para seis minutos, a cargo do Exército, da Marinha Real e da Força Aérea Real, mas devido às condições "meteorológicas inadequadas", anunciou o ministério britânico da Defesa, foi encurtado para apenas dois minutos e 30 segundos.
A coroação do Rei e da rainha Consorte, Camila, foi a ocasião aproveitada por muitos britânicos para se vestirem a rigor e festejar nas ruas, enquanto a cerimónia solene decorria na Abadia de Westminster.
À passagem da carruagem real, no trajeto para a Abadia e no regresso, foram escutados aplausos e gritos de apoio.
O ambiente só não foi mais efusivo porque à chuva incessante durante a manhã se juntou o cansaço de muitas horas de espera, a impaciência com espetadores que obstruíam a visibilidade com chapéus-de-chuva e as longas filas para as raras casas de banho.