Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele. São as 35 letras de um apelido que levou as autoridades a alterar o formato do bilhete de identidade e de outros documentos oficiais.
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Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele, cujo nome tradicional havaiano vem do seu falecido marido, disse que nunca admitiu usar uma versão condensada, pelo que recorreu à imprensa local para pressionar a mudança.
«Eu amo a cultura polinésia em que casei. Eu amo o meu nome havaiano. É uma honra e tenho tido muito trabalho para ter os nomes que tenho», disse Janice, cujo nome de solteira é Worth, à agência France Presse.
Durante anos possuiu dois documentos de identificação, a carta de condução, que tem espaço apenas para 34 caracteres, e o oficial bilhete de identidade do Havai, onde só cabem 35.
O problema apareceu com a renovação da identificação havaiana de Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele em maio e repetiu-se com a carta de condução, com a última letra omissa e sem primeiro nome.
Quando um polícia de trânsito a mandou parar, olhou para a carta e viu que não tinha primeiro nome. «Disse-lhe que não era minha responsabilidade e que estava a tentar corrigir os documentos».
Na ocasião, o agente sugeriu que tocasse o apelido havaiana pelo de solteira. «Isso destruiria o meu coração», respondeu Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele, que nasceu em Nova Iorque e trabalhou em Wall Street até 1991.
Exasperada, levou o caso a uma estação televisa local, a KHON-2, que o divulgou e colocou pressão sobre o Departamento de Transporte do Havai. Dias depois, as autoridades, que tinham dito que seriam necessários dois anos para mudar e que os carateres do apelido seriam limitados a 25, decidiram que podiam agir mais depressa.
«Percebemos como ela se sente e estamos a trabalhar para corrigir a situação», disse a porta-voz do Departamento, Caroline Sluyter, à AFP. «No fim do ano, deveremos ter novos limites, que vão permitir até 40 caracteres no primeiro e último nomes, 35 para o do meio e cinco para o sufixo», adiantou.