Apesar de "simbólico", Nobel da Paz "é importante" para ajudar a "banir armas nucleares"
A Amnistia Internacional considera que o Nobel da Paz agora atribuído "é importante" para criar "pressão internacional"
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A Amnistia Internacional considera que, apesar de ser "sobretudo um prémio simbólico", a entrega do Nobel da Paz à organização japonesa Nihon Hidankyo pela luta contra as armas nucleares ganha mais importância perante os atuais conflitos armados que se vão acentuando.
Com a comemoração dos 80 anos do ataque atómico contra Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no próximo ano e as recorrentes ameaças da utilização de armas nucleares pela Rússia, Ana Santos, da Amnistia Internacional, reforça, em declarações à TSF, que este prémio é "importante para voltar a levantar o debate e criar alguma pressão internacional".
"Nós sabemos e temos casos passados de prémios Nobel em que a situação não muda substancialmente, mas traz definitivamente o assunto para a agenda mediática e é muito importante para influenciar a ação e a mobilização pública. Portanto, é importante o efeito efetivo no banir das armas nucleares, ou do não-uso, ou da eliminação das armas nucleares existentes", acrescenta Ana Santos.
Ana Santos destaca também a importância da luta que tem sido travada pela Amnistia Internacional "pelo fim da proliferação das armas nucleares".
A organização reforça que utiliza "o testemunho das pessoas que viveram na primeira pessoa o efeito devastador das armas nucleares", para sensibilizar "os decisores políticos em todo o mundo a não utilizarem as armas e a não fabricarem novas".
O embaixador de Portugal no Japão também já reagiu a esta distinção. Vítor Sereno escreveu nas redes sociais que "quem, como ele, já teve a oportunidade de ouvir pessoalmente testemunhos dos sobreviventes das explosões atómicas em Hiroshima e Nagasaki compreende como é justo este prémio e como é importante o trabalho desenvolvido por todos eles".
Vítor Sereno sublinha ainda que espera que o Nobel ajude a que esta causa seja ainda mais notória, num momento em que volta a pairar sobre o mundo a ameaça nuclear.
