Luís Montenegro afirma que defender o nome de António Costa no Conselho Europeu “obedece ao princípio” da defesa do “interesse nacional”
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou, esta quinta-feira, a confiança de que até ao final do dia haja uma decisão favorável à eleição de António Costa como presidente do Conselho Europeu.
Luís Montenegro falava à entrada para a cimeira europeia onde “espera que as decisões possam ser tomadas hoje [esta quinta-feira] e possam corresponder àquilo que é o desejo de propor ao Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen, como candidata a presidente da Comissão Europeia, [e] aprovar o Dr. António Costa como presidente do Conselho, para além da designação também da Alta Representante para a Política Externa e de Segurança”.
Sobre a polémica em torno do descontentamento da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, por ter sido isolada nas negociações dos cargos de topo, Luís Montenegro desvaloriza, dizendo que “é perfeitamente normal”.
À chegada à cimeira, o semblante carregado de Giorgia Meloni parecia demonstrar os sinais de descontentamento que foi revelando nos últimos dois dias, depois de ser conhecido o acordo preliminar entre as principais famílias políticas europeias, que não envolveu a primeira-ministra italiana.
O governo italiano tem expressado publicamente a sua ambição por um lugar de destaque na estrutura institucional, de acordo com “a importância” de um país fundador, que é simultaneamente um gigante económico à escala europeia.
“Sabemos que a primeira-ministra de Itália, não tendo uma presença em termos de família política, nas três maiores que desenvolveram este trabalho, aproveitará a reunião do Conselho para fazer valer os seus pontos de vista. E isso é perfeitamente normal”, afirmou.
Questionado sobre a proposta do Partido Popular Europeu para contrariar a tradicional renovação do mandato, o primeiro-ministro afirmou que nada está decidido. “Logo veremos”, referiu, ressalvando que “há uma coisa que é verdade: os tratados prevêem a eleição do presidente do Conselho Europeu para os próximos dois anos e meio e, portanto, essa será sempre formalmente a decisão que estará em cima da mesa”.
A responder à pergunta sobre se António Costa lhe deve um agradecimento, Luís Montenegro garante que o apoio do Governo ao nome do português era antes de mais um dever, sem outro objectivo “em vista”.
“Cabe ao Governo português defender e preservar o interesse nacional e preservar também o interesse europeu, que também faz parte do interesse nacional, [e esta] é a posição do Governo português que obedece a este princípio”, afirmou Luís Montenegro, que lidera o Governo com o apoio parlamentar do PSD e do CDS, asseverando que o apoio a Costa “não tem em vista mais nenhum objectivo”.