O presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau considera que a disponibilidade do governo para receber Muammar Kadhafi «tem a ver com o sentimento geral da população» quanto «à política incoerente» da comunidade internacional.
Corpo do artigo
Sábado, ao chegar de Cabo Verde onde assistiu à posse do novo Presidente do país, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, disse que se Muammar Kadhafi quiser vir para Bissau «será muito bem-vindo».
Ouvido pela TSF, o presidente da Liga dos Direitos Humanos, disse entender a declaração de Carlos Gomes Júnior, mas também defendeu que o primeiro-ministro devia ter mais cautela, porque «a Guiné-Bissau é um país frágil, depende da ajuda internacional, e qualquer declaração pode ter consequências» e pôr em causa o apoio de que necessita.
«A Liga não aceita mas compreende a posição do primeiro-ministro porque representa o sentimento maioritário por parte dos guineenses», afirmou.
Não escondendo que o líder líbio era um ditador, nem que apoiou a Guiné-Bissau em diversos momentos, Luís Vaz Martins perguntou o que leva a comunidade internacional a não ter com a Síria a mesma postura que tem para com a Líbia.
O responsável confessou ainda não ter dados fidedignos que atestem se esse é o sentimento da população, mas sublinhou que conhece o pensamento dos guineenses.