Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, criticou o facto de Pedro Passos Coelho se ter deslocado a Luanda para pedir mais investimento angolano em Portugal.
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O presidente do Parlamento Europeu considerou que o facto de Portugal estar a seduzir os investidores angolanos condena o país ao «declínio».
Num debate a que o jornal Público faz referência sobre o papel dos parlamentos na União Europeia, realizado em Bruxelas e transmitido por um canal alemão, Martin Schulz confessou que até recortou a notícia sobre esta questão para melhor enquadrar o episódio.
Este político germânico ficou surpreendido por o então «recém-eleito primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho» ter ido a Luanda em Novembro para «apelar ao governo angolano a que invista mais em Portugal, porque tem muito dinheiro».
Schulz considera que este tipo de pedidos condena Portugal ao «declínio» se Lisboa não compreender que só tem hipóteses «no quadro da União Europeia», onde há um «modelo democrático, estável» que pode ser conjugado com uma «estabilidade económica».
O presidente do Parlamento Europeu alertou ainda para o perigo social desta diplomacia económica centrada em países como Angola ou a China.
Sobre a cada vez maior proximidade entre a UE a Pequim, Schulz defendeu que em causa estão modelos de desenvolvimento muito diferentes, sendo que o modelo chinês assenta numa «sociedade esclavagista, sem direitos».
O presidente dos democratas europeus foi ainda mais longe ao considerar ainda que a China é uma «ditadura que oprime implacávelmente o ser humano».
«Porque é que não defendemos o nosso Estado de Direito e o modelo dos Direitos do Homem e uma crescente capacidade económica para desafiar, não só do ponto de vista económicvo, mas também de democracia política?», perguntou.
Caso esta opção não seja tomada «rapidamente», defende Martin Schulz, a «Europa tornar-se-á irrelevante».