"Aprecio-o muito." Primeiro-ministro albanês diz que país estará pronto para aderir à UE em 2028 e espera apoio de Costa
Edi Rama fala das ligações a Portugal, com destaque para José Mourinho, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura.
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O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, considera que o país estará pronto para aderir à União Europeia em 2028 e espera ter o apoio de António Costa, futuro presidente do Conselho Europeu.
"Aprecio-o muito. O António [Costa] é um ser humano em que sentimos a alma, o sangue, o cérebro e atitude", disse Edi Rama aos jornalistas.
Mas o futuro presidente do Conselho Europeu não é o único ponto que liga Edi Rama a Portugal: "O primeiro [motivo] é pelo José Mourinho. Nunca falei com ele, mas é para mim há muito tempo um exemplo de liderança."
Além disso, o primeiro-ministro albanês também destaca a arquitetura portuguesa. "Muito, muito feliz e orgulhoso por termos, neste país, o melhor da arquitetura portuguesa a trabalhar aqui, desde Álvaro Siza a Souto de Moura, até aos arquitetos mais jovens. E espero que tenhamos ainda mais deles. São incríveis, excelentes", afirma.
Na hora de recolher apoios rumo a Bruxelas, todos os elogios podem ajudar e, do lado de Tirana, o objetivo está traçado: "Nós temos um plano, que tem vindo a ser discutido com a Comissão Europeia para terminar o nosso trabalho até 2028. Mas, depois, é uma questão de decisão política e nunca sabemos com a União Europeia. Nunca sabemos."
Edi Rama espera fazer parte da UE enquanto primeiro-ministro da Albânia, independentemente de quando aconteça.
"Estamos num amor cego com a Europa e queremos casar sem qualquer dúvida. Estamos preparados para fazer tudo para o atingir", declara.
O primeiro-ministro lembra que o país já fez uma reforma na justiça e, em termos económicos, tem crescido como nenhum outro na região. Estes são os argumentos da Albânia, que apresentou o pedido de adesão à União Europeia em 2009 e tem o estatuto de candidato desde 2014.
Centros de detenção de imigrantes na Albânia foram construídos "com base nas normas da UE"
Edi Rama assegura que que não há nenhum país da União Europeia a negociar a construção de mais centros de detenção de imigrantes no país, como fez a Itália. O governo de Giorgia Meloni comprometeu-se a pagar durante cinco anos 670 milhões de euros à Albânia para receber imigrantes vindos de Itália, mas até agora nenhum chegou. A justiça italiana tem ordenado que voltem para trás, mas o chefe do governo albanês assegura que os centros respeitam a lei.
"São centros construídos com base nas normas, nos padrões e nas decisões da União Europeia e existem estes centros, não sei se em Portugal, mas têm-nos em vários países da União Europeia, onde há este problema. Então, qual é a diferença que seja na Albânia, ou em Creta, ou em qualquer outra ilha grega?", questiona o líder albanês.
A TSF viajou a convite da Representação da Comissão Europeia em Portugal