Aprovação da adesão sueca à NATO atrasada devido a discussões no partido de Orbán
A Hungria é um dos dois países membros da NATO, juntamente com a Turquia, que ainda não ratificou a adesão da Suécia na Aliança Atlântica.
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O Executivo húngaro justificou esta quinta-feira o atraso na ratificação da entrada da Suécia na NATO com as discussões internas no Fidesz, partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que tem maioria absoluta no Parlamento.
"Há uma discussão interna no Fidesz sobre os suecos", declarou esta quinta-feira aos jornalistas o ministro do Interior húngaro, Gergely Gulyás, acrescentando que "é preciso restaurar a confiança" entre os dois países.
A Hungria é um dos dois países membros da NATO, juntamente com a Turquia, que ainda não ratificou a adesão do país nórdico na Aliança Atlântica.
"Temos metas e não datas", sublinhou o ministro ao ser questionado sobre quando o Parlamento poderá tratar do assunto, acrescentando que o Governo está disposto a dialogar com o país nórdico.
O primeiro-ministro húngaro, vários membros do Governo e do Parlamento argumentam que os políticos suecos criticaram injustamente a Hungria e o estado da democracia no país.
O próprio Gulyás assegurou, há duas semanas, que as relações bilaterais se encontravam "num ponto muito baixo".
Orbán afirmou que apoia a entrada da Suécia na NATO, mas acrescentou que continuam as discussões internas no partido sobre o tema.
A Suécia manifestou a esperança de juntar-se à NATO em meados de julho, durante a cimeira da Aliança Atlântica em Vilnius, capital da Lituânia.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, pediu na quarta-feira à Turquia e à Hungria que ratifiquem a candidatura sueca à NATO antes da próxima cimeira da Aliança.
"Estamos ansiosos para receber a Suécia como o 32.º membro [da NATO] em breve. E, para ser claro, esperamos que isso aconteça antes da cimeira de julho", disse Lloyd Austin, durante uma visita à base naval sueca em Musko, perto de Estocolmo, na quarta-feira.
A Turquia acusa a Suécia de ser um refúgio para terroristas curdos ou hostis a Ancara, exigindo dezenas de extradições e impondo condições para dar 'luz verde' à adesão à NATO.
A Finlândia, que num primeiro momento apresentou uma candidatura conjunta com a Suécia para a adesão à NATO, já concretizou a sua entrada na Aliança Atlântica no início de abril.