A Câmara dos Deputados de Itália aprovou as Contas do Estado de 2010, mas o primeiro-ministro perdeu a maioria absoluta de 316 deputados. No final da votação, Silvio Berlusconi falou em «traição».
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A execução orçamental de 2010 foi aprovada com 308 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção.
Os 321 deputados da oposição decidiram não participar na votação no que chamaram um «acto de responsabilidade» pela estabilidade do país.
Se todos os 630 deputados da Câmara dos Deputados tivessem votado, Berlusconi precisaria de 316 votos favoráveis para aprovar as Contas do Estado.
«O Governo não tem a maioria nesta assembleia», declarou no plenário, imediatamente após a votação, o líder do maior partido da oposição, o Partido Democrata, Pierluigi Bersani.
«Peço-lhe, senhor presidente (do conselho), com todas as minhas forças, que tome finalmente nota desta situação. Não podemos continuar a avançar desta maneira. Demita-se», disse Bersani.
A Itália corre o risco de perder o acesso aos mercados financeiros, depois de semanas de subidas das taxas de juro perante a falta de confiança dos mercados na capacidade de Berlusconi para continuar a liderar o país e aplicar as medidas de austeridade que visam reduzir a dívida italiana.