As organizações não-governamentais SOS Mediterranée e Médicos Sem-Fonteiras (MSF) apelam às autoridades francesas autorização para o navio Aquarius atracar no porto de Marselha.
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O governo francês ainda nāo se pronunciou sobre este pedido, no entanto não encorajou à mudança de rumo até Marselha.
"Foram informados e nāo sei de que lado estão, mas o que constato é que até este momento nāo nos tentaram impedir de ir para Marselha. Penso que estão em discussões e é normal que precisem de tempo", descreveu esta tarde, em conferência de imprensa, o presidente da ONG SOS Mediteranée, Francis Vallat.
No navio encontram-se 58 pessoas, resgatadas nos últimos dias, que precisam de socorro iminente, mas quem são estas 58 pessoas ? Frédérique Penard director das operações de resgate dos Mediteraéee,"17 mulheres, uma mulher grávida, temos 18 menores, 3 crianças. Quanto às nacionalidades das pessoas a bordo, os migrantes são paquistaneses, costa marfinenses, palestinianos, sírios e sudaneses."
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O apelo foi lançado um dia depois do Panamá ter retirado o pavilhão ao navio Aquárius sob pressões económicas e políticas do regime italiano. Um golpe violento para as missões humanitárias do Aquarius, o único navio nāo governamental de apoio e resgate a migrantes no mar mediterrâneo central.
"As pressões italianas são manifestadas e evocadas com clareza pelo Panamá, nomeadamente, a ameaça aos portos europeus e por exemplo que todos os porto italianos estejam fechados aos navios. É a primeira vez que acontece na história marítima recente, pelo menos desde a segunda Guerra Mundial, que um navio tem de deixar um pavilhão apesar de cumprir todas as suas regras, como as regras internacionais. Nunca se viu uma coisa destas", apontou o presidente da ONG.
SOS Mediteranee apela o Panamá a pensar na decisão que tomou, caso este cenário nāo aconteça a ONG lança um pedido aos estados europeus para encontrar respostas para que o navio Aquárius retome o trabalho que desde 2014 registou mais de 15 mil migrantes no mar mediterrâneo.