Aquarius perde nacionalidade. Navio continua à espera de autorização para atracar
O navio fretado pela SOS Mediterrâneo está há quatro dias sem uma solução para o desembarque dos 141 migrantes resgatados que estão a bordo do navio.
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Gibraltar decidiu retirar a bandeira do navio Aquarius, o que o torna um navio sem nacionalidade.
O governo do território britânico onde o navio está registado desde 2009 assegura que o Aquarius está a violar a lei, tendo em conta que está registado como um navio de investigação e se dedica ao resgate de migrantes.
Perante a acusação, a SOS Mediterrâneo salienta que está em causa uma manobra política, recordando que as exigência sempre foram cumpridas desde que o registo foi feito.
Entretanto, o Aquarius continua à espera de autorização para atracar e, por isso, continua ancorado entre Malta e Itália.
Baptiste, um dos elementos da equipa do Aquarius, explica que "a situação não é sustentável a longo prazo". No navio há "algumas pessoas doentes" e as "condições podem deteriorar-se a qualquer altura".
"Apelamos às autoridades europeias que nos encontrem um porto seguro o mais depressa possível de acordo com as regras internacionais", alertou, frisando que é preciso "ajudar estas pessoas com todo o tipo de assistência e proteção".
Itália e Malta recusaram que o navio atracasse no território dos países. Também Espanha seguiu o mesmo caminho. Há cerca de dois meses o Aquarius esteve na mesma situação e os migrantes acabaram por ser recebidos em Espanha, mais especificamente no porto de Valência.
Desta vez, o governo de Espanha considera que a viagem é demasiado longa, que podem ser postas vidas em risco, não tendo dado autorização para que o navio atraque.
Até ao momento, a única esperança está no território francês. Jean-Claude Gayssot, presidente do porto de Sète, no sul do país, garantiu que no local "há a capacidade de acolher o Aquarius".
"Espero que as autoridades francesas se pronunciem sobre essa possibilidade e que a Europa os possa acolher nas melhores condições", referiu o responsável.
Tal como havia feito em julho, o presidente da Assembleia da Córsega, Jean-Guy Talamoni, voltou a mostrar disponibilidade para receber o navio Aquarius.
O governo francês ainda não reagiu a estas ofertas, mas já defendeu que o navio deve atracar no porto seguro mais próximo da posição onde está.