Na Arábia Saudita, o rei Abdullah decidiu levantar algumas das restrições impostas às mulheres. A partir de agora, vão poder votar e ser eleitas para cargos municipais.
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Deste modo, as mulheres vão poder ser membros de pleno direito da Assembleia Shura, um conselho consultivo do rei, onde já estavam representadas mas sem os mesmos direitos dos homens.
A Arábia Saudita é um dos países onde as restrições às liberdades das mulheres são ainda muito fortes.
Em 2009, numa lista elaborada sobre a igualdade entre homens e mulheres, o país ocupava o 130º lugar de 134 Estados.
Na Arábia Saudita, as mulheres não podem guiar e são obrigadas a ter um guardião masculino que decide se podem viajar, trabalhar ou mesmo receber tratamentos médicos.
O rei Abdullah justificou as medidas com o facto de se recusar a marginalizar as mulheres em áreas da sociedade que não estão proibidas na sharia.
As mudanças entram em vigor depois das eleições municipais, que se realizam esta quinta-feira, nas quais estão ainda impedidas de participar.
Ouvido pela TSF, o director do Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade de Lisboa sublinhou que a decisão agora tomada é o resultado de um «longo caminho» que começou a ser traçado há, pelo menos, uma década.
António Dias Farinha disse ainda que o facto de algumas mulheres sauditas terem saído do país para estudar contribuiu para a evolução que agora se regista.