Arábia Saudita lançou hoje uma operação militar no Iémen contra os rebeldes chiitas Houthi, que ameaçam o governo local, disse o seu embaixador nos EUA.
Corpo do artigo
«A operação é para defender o governo legítimo», disse Adel al-Jubeir aos jornalistas.
Antes, tinha sido noticiado que a Arábia Saudita estaria a concentrar armas antiaéreas e outro equipamento militar na fronteira com o Iémen, inquieta com o avanço dos rebeldes chiitas houthis, apoiados pelo Irão, no país, tinham indicado responsáveis norte-americanos.
As forças sauditas incluem sistemas antiaéreos e artilharia, especificaram estes responsáveis.
O número de mortos subiu já para 65, de acordo com as autoridades locais. Entre as vítimas há mulheres e crianças.
A Arábia Saudita, país sunita, está inquieta com o avanço das milícias chiitas houthis no Iémen, que tomaram o controlo da capital Sanaa em março.
Fontes diplomáticas dos EUA deram conta de um telefonema feito hoje para o Presidente iemenita, Abd Rabbo Mansour Hadi, seu aliado na luta contra a Al-Qaida, indicando que ignoravam onde se encontrava.
Forças aliadas dos rebeldes chiitas no Iémen apoderaram-se hoje do aeroporto internacional de Aden. Um ministro avisou que a queda de uma grande cidade do sul do país marcaria o "início" de uma guerra civil.
O aumento da violência no Iémen poderia comparar-se a uma guerra por procuração entre a potência chiita iraniana, que apoia os houthis, e a Arábia Saudita sunita, que apoia o Presidente Hadi.
Quando Hadi fugiu da sua residência vigiada pelo Houthis, em Sanaa, em fevereiro, e apareceu em Aden, a Arábia Saudita foi o primeiro país a transferir a sua embaixada para esta cidade, em claro gesto de apoio ao dirigente iemenita.
Mas os rebeldes houthis, suspeito de laços com o Irão e o ex-presidente Ali Abdallah Saleh, forçado ao exílio em 2012, depois de 33 anos no poder, continuaram com a sua progressão até perto da fronteira saudita.
E Teerão já denunciou as iniciativas que pretendem fazer da capital portuária de Aden a nova capital do Iémen.
A Arábia Saudita receia que os Houthis consigam o controlo do estreito de Bab-el-Mandeb, que separa o Iémen do Djibouti e oferece uma posição estratégica sobre o canal de Suez.
Esta alteração acresceria à forte presença iraniana no Estreito de Ormuz, pelo qual passa o grosso do petróleo mundial.