Em Berlim, a tradicional festa de ano novo nas Portas de Brandemburgo vai ter uma zona de segurança para mulheres vítimas de assédio sexual ou que se sintam ameaçadas.
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"A área vai ser protegida com uma tenda e é a primeira vez que o fazemos", sublinha Anja Marx. A porta-voz do evento conta à TSF que a ideia foi da Polícia de Berlim, e foi bem acolhida pela Cruz Vermelha Alemã.
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A área chama-se "Women"s Safety Area" e vai contar com vários psicólogos entre outros profissionais. É criada especificamente para vítimas de assédio sexual e para todas as mulheres que se sentirem ameaçadas.
Foi feito em Munique, durante a Oktoberfest (a habitual festa da cerveja) e correu bem. Mas há quem critique a medida porque, se há uma zona de segurança, significa que todas as outras são zonas de insegurança.
Um dos sindicatos da polícia da Alemanha (DPolG, na sigla em alemão) acrescenta que este é um passo para o fim da igualdade de direitos, liberdade de circulação e autodeterminação e que as mulheres devem ter o direito de estar seguras em qualquer lugar.
Em Berlim são, mais uma vez, esperadas milhares de pessoas em frente às Portas de Brandenburgo, uma festa ao ar livre, que conta com espetáculos de fogo de artifício e vários concertos.
Esta área de segurança para mulheres surge dois anos depois de, na cidade de Colónia, vários grupos de homens molestarem sexualmente e roubarem centenas de mulheres nos arredores da principal estação de comboios.
Foram registadas mais de 1200 queixas, quase metade relacionada com assédio e violência sexual. Também noutras cidades, como Hamburgo, por exemplo, foram apresentadas várias queixas pelos mesmos motivos.
Este ano, a polícia de Colónia vai mobilizar cerca de 1400 agentes para a zona da estação de comboios e da catedral. De acordo com as autoridades, vão ser instaladas mais câmaras de videovigilância e vai ser reforçado o sistema de iluminação.