
(FILES) (FILES) SAG-AFTRA members and supporters walk the picket line as members of the Screen Actors Guild strike in New York on July 19, 2023. American television and movie writers on September 26, 2023 agreed to end a strike that lasted nearly five months and paralyzed Hollywood after reaching a pay deal with production studios, the Writers Guild of America said. (Photo by ANGELA WEISS / AFP)
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O acordo entre os argumentistas e os grandes estúdios inclui "ganhos significativos" em termos salariais, e ainda proteções para enquadrar o uso da inteligência artificial.
A greve dos argumentistas de Hollywood, que se prolongou durante 148 dias, vai terminar à meia-noite (08h00 desta quarta-feira em Lisboa), decidiram os líderes do sindicato Writers Guild of America (WGA).
A decisão foi tomada unanimemente pelos conselhos de administração do WGA Oeste e do WGA Leste.
"Isso permite que os argumentistas voltem ao trabalho durante o processo de ratificação, mas não afeta o direito dos membros de tomarem uma decisão final sobre a aprovação do acordo", sublinhou a WGA, em comunicado.
O acordo de princípio, alcançado no domingo, vai ser submetido a uma votação de ratificação entre 2 e 9 de outubro. Caso os 11.500 membros do WGA rejeitem o acordo, a greve será retomada.
Produções televisivas como 'talk-shows' deverão ser as primeiras a regressar ao ar. A revista da especialidade Variety indicou que as emissões de informação e entretenimento difundidas em diversos canais no final da tarde poderão ser retomadas dentro de duas a três semanas.
Cerca de 11.500 membros do WGA iniciaram, em 2 de maio, uma greve devido a questões salariais e ao uso de inteligência artificial na criação de argumentos.
O acordo alcançado entre o WGA e os patrões dos grandes estúdios e plataformas de 'streaming' põe fim à greve que paralisa a indústria cinematográfica e televisiva norte-americana, apesar de prosseguir o 'braço de ferro' entre atores e estúdios.
O acordo inclui "ganhos significativos" em termos salariais, e ainda proteções para enquadrar o uso da inteligência artificial.
O compromisso aceite pelos estúdios com os argumentistas inclui um aumento do salário mínimo, bónus suplementares para os que escrevem as séries com maior audiência e formas de assegurar que a inteligência artificial seja utilizada sem afetar a sua remuneração.
No entanto, a indefinição persiste em Hollywood, com os atores, representados pelo sindicato SAG-AFTRA a permanecerem em greve e admitindo-se que a resolução deste conflito social possa prolongar-se por semanas.
As reivindicações do SAG-AFTRA vão mais longe que as colocadas pelo WGA.
O sindicato dos autores pede um maior aumento salarial, e a atribuição de uma percentagem real dos benefícios aos atores, independentemente do conteúdo, prevendo-se árduas negociações.
Atores querem ainda garantir que os estúdios não vão usar inteligência artificial para os substituir e querem receber pagamentos residuais no modelo de transmissão através de plataformas como a Netflix.
Anteriormente, estes pagamentos eram dados aos artistas de receitas provenientes de séries ou filmes licenciados para mercados internacionais ou retransmitidas na televisão.
A greve de argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), de acordo com o Milken Institute.