Em 1973 liderou a captura do Terceiro Exército do Egito, colocando um ponto final na Guerra do Yom Kippur. Em 2001 Ariel Sharon torna-se líder do Likud, sendo eleito Primeiro Ministro.
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Ariel Scheinermann Sharon nasceu no dia 27 de fevereiro de 1928 em Kfar Mahal, uma aldeia a norte de Telavive, no seio de uma família de sionistas russos, que emigrou para a Palestina nos anos 20, quando o território era uma colónia inglesa.
Aos 14 anos alistou-se no batalhão paramilitar de juventudes, numa organização conhecida por Haganah. Logo após os seus estudos secundários ingressou na academia militar, onde concluiu um curso para oficiais.
Na sequência da fundação do Estado de Israel, e mal começou a guerra aberta com os estados árabes, Sharon foi nomeado comandante de uma companhia de infantaria, que desde o primeiro momento se afirmou pela determinação e violência das suas intervenções militares. Após o seu batismo de guerra, e com apenas 21 anos, passou a integrar os serviços de inteligência militar.
De uma vontade férrea e cega determinação pessoal, em 1952 inscreveu-se em Direito na Universidade Hebrea de Jerusalém, - curso que apenas conclui em 1966 - mantendo-se como um operacional nas frentes de conflito contra o território jordano. Em 1953 organiza a mítica Unidade 101, encarregada das operações de guerra suja. Em 1962 é nomeado comandante de outra brigada das Forças de Defesa, para, dois anos mais tarde, assumir o Comando Norte do Estado Maior.
Em 1966 passa a chefiar o Departamento de Instrução do Exército, sendo promovido a general de brigada no ano seguinte, com objetivo de ser um dos homens fortes da Guerra dos Seis Dias. Notabilizou-se nesse conflito ao comando da divisão que rapidamente conquistou Jerusalém Oriental, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Em 1973 liderou a captura do Terceiro Exército do Egito, colocando um ponto final na Guerra do Yom Kippur.
De "herói de guerra" a falcão da política
Reconhecido já em todo o país como herói de guerra, inicia a sua carreira política em 1975, quando se torna conselheiro do primeiro-ministro Menachem Begin. Com a passagem do poder para Yitzhak Rabin, passa a seu conselheiro militar. Com a aproximação das eleições de 1977, Sharon tenta, sem sucesso, substituir Menachem Begin na presidência do partido Likud. Não conformado, cria o seu próprio partido, o Shlomtzion, entrando por essa via para o Knesset, o parlamento isarelita.
A seguir às eleições de 1977 fundiu o Shlomtzion com o Likud, e ascende a ministro da agricultura. Nas eleições de 1981 Menachem Begin recompensa Sharon pelo seu contributo na vitória do Likud entregando-lhe o Ministério da Defesa.
À frente da pasta da Defesa, Sharon volta a mostrar a sua fibra de "falcão militar", atiçando cristãos contra muçulmanos no Líbano, com o objetivo de fazer daquele país um posto avançado de Israel. Em 1982, após sucessivos ataques da OLP ao longo da fronteira do Líbano, as tropas israelitas invadem Beirute por ordem de Sharon.
Na mesma ocasião, falangistas maronitas libaneses invadem os campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila, situados em território controlado pelo exército de Israel, assassinando 452 civis, segundo dados da Cruz Vermelha Internacional. Sharon é responsabilizado pessoalmente por não ter impedido o previsível massacre, sendo por isso obrigado a abandonar o Ministério da Defesa.
Mesmo depois de ser forçado a deixar o cargo, continuou na vida política fazendo parte de sucessivos governos: como ministro sem pasta (1983-1984), Ministro do Comércio e Indústria (1984-1990) e Ministro da Construção para Habitação (1990-1992). Durante este período, era rival do então Primeiro Ministro Yitzhak Shamir, mas não foi bem sucedido ao tentar substituí-lo como presidente do Likud, nas várias oportunidades e tentativas que ensaiou. Mais tarde, durante o governo de Benjamin Netanyahu (1996-1999) Sharon volta a ser ministro, desta vez da infra-estrutura nacional e das relações exteriores (1998-1999). Com a vitória dos trabalhistas, Ariel Sharon torna-se líder do Likud, sendo eleito Primeiro Ministro nas eleições de fevereiro de 2001.
Da Intifada ao cerco a Arafat
Foi com a sua visita às esplanadas das mesquitas de Jerusaém, em setembro de 2000, que Sharon ganhou um novo impulso entre os seus apoiantes da ala dura do Likud. Considerada uma provocação pelos palestinos, ali começou a nova Intifada, que potenciou a vitória de Sharon nas eleições antecipadas de 2001, ao assegurar aos israelitas que privilegiaria a via militar sobre a diplomacia para pôr fim aos conflitos.
Perante uma nova onda de atentados palestinos, Sharon reforçou os colonatos e decidiu, na primavera de 2002, confinar Yasser Arafat em Ramala, o que motivou uma declaração de condenação da ONU, da Rússia e da União Europeia. Mas as pressões internacionais não o demoveram, prosseguindo com a linha dura do governo que chefiava, sendo recompensado pelo eleitorado israelita nas eleições gerais de Janeiro de 2003, onde foi reeleito por uma ampla maioria.
Na prática a sua carreira política terminou no início de 2006, aos 79 anos, quando sofreu uma série de acidentes cerebrais, que o atiraram para um estado de vida vegetativa, em que se encontra desde então.
Sharon casou duas vezes, e enviuvou outras tantas. Logo após se ter tornado instrutor militar casou pela primeira vez com Margalit Sharon, que faleceu num acidente de viação em 1962. O casal teve um filho, Gur Shalon, que também acabaria por morrer em 1967, atingido por um tiro acidental de um amigo, com quem brincava. Depois da morte de Margalit, Sharon casou com Lily, a irmã mais nova da primeira esposa. Deste segundo casamento nasceram dois filhos: Omri e Gilad. Lily Saron morreu de câncro no ano 2000.
(Fontes consultadas em dezembro de 2013: Biografias Y Vidas; Cyclopaedia.net, Wikipédia, Netsaber Biografias, UOL Educação)