Na imprensa internacional, há algumas pistas sobre o modo como os serviços de informação recolheram dados que estarão a alimentar as convicções de Washington e de alguns aliados.
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As conversas privadas entre elementos do regime de Bashar al-Assad chegaram aos ouvidos do governo norte-americano e será esse o motivo que levou a que Washington diga agora estar confiante de que os alegados ataques com armas químicas ocorreram e que são obra do governo sírio.
De acordo com a publicação norte americana "Foreign Policy", na última quarta-feira, nas horas que se seguiram ao ataque nos arredores de Damasco foram intercetadas conversas entre um funcionário do Ministério da Defesa da Síria e um outro elemento identificado como chefe da unidade de armas químicas em que o membro do governo, num estado definido como de «pânico», exigia respostas depois da morte de centenas de pessoas.
A publicação norte-americana, que cita uma fonte dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que dá conta de que os serviços o departamento de inteligência estão seguros acerca destas chamadas telefónicas intercetadas mas que deixa no ar uma dúvida: o ataque terá sido ordenado por um alto responsável do governo sírio ou por um subordinado que extravasou as competências?
Também a publicação alemã "Focus" revela a interceção de conversas acerca do ataque, e cita um antigo responsável israelita da Unidade 8200, um departamento dos serviços secretos, especialista em vigilância eletrónica.
De acordo com o antigo funcionário,esta unidade intercetou uma conversa entre autoridades sírias e retransmitu essa informação para Washington, com quem, diz o funcionário, Israel mantém uma «relação estreita e de cooperação no campo dos serviços de inteligência».
O antigo responsável, que sublinha ainda a aposta israelita no reforço da vigilância sobre a síria durante as últimas décadas, confirma que o número crescente de evidências norte americanas de que o regime de Bashar al-Assad está por detrás de um ataque com armas químicas foi mesmo transmitidos ao governo dos Estados Unidos por Israel.