Uma equipa de sete arqueólogos da Universidade de Cambridge, Inglaterra, está em Cabo Verde para fazer escavações e pesquisar o espólio do sítio histórico da Cidade Velha.
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De acordo com a edição online do jornal A Semana, a investigação, que acontece durante duas semanas, é acompanhada pelo guia Francisco Monteiro, um dos homens que melhor conhece o Berço da Nação cabo-verdiana.
A pesquisa centra-se em dois pontos considerados de «enorme interesse»: os restos da Igreja de Nossa Senhora Conceição - templo do séc. XV/XVI, a mais antiga igreja que foi construída na Ribeira Grande e onde existe um projeto privado para aí erguer um ecomuseu - e nos baluartes filipinos de Santo António, do séc. XVIII, integrados na linha de defesa da Fortaleza Real de S. Filipe.
Os trabalhos são apoiados pela Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago, pela Curadoria da Cidade Velha e pelo instituto de investigação e Património Culturais (IIPC).
Depois das investigações, os achados estarão em exposição pública. «Para preservar este espólio, ele tem voltado a ser subterrado, mas começam a existir condições para colocá-lo às vistas de quem o quiser contemplar, o que muito valoriza o interesse histórico e turístico da cidade», considerou a Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago, em comunicado.
Em 2009, a Cidade Velha, nome por que era conhecida a Ribeira Grande de Santiago, 12 quilómetros a oeste da Cidade da Praia, foi elevada a Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Descoberta pelo navegador português Diogo Gomes em 1460, foi António da Noli, italiano então ao serviço da coroa portuguesa, que deu início ao povoamento da localidade, dois anos mais tarde. Primeira capital do arquipélago de Cabo Verde, até 1770, a Ribeira Grande de Santiago foi elevada a cidade em 1533, altura em que contava com cerca de 500 habitantes, um quarto dos atuais.