
Lisi Niesner/Reuters
Spitzenkandidat. 28 falham acordo para a nomeação do presidente da Comissão Europeia.
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Parece uma opção bizarra, mas com os governos dos países mais poderosos da União Europeia a caminho de Osaka, para participarem na cimeira do G20, é lá que o impasse em torno dos cargos de topo, pode vir a ser desbloqueado, em encontros à margem, depois de os 28 terem falhado um acordo, esta noite. O trabalho continua, mas está praticamente tudo em aberto.
Com uma intensa apresentação do relatório sobre as consultas aos governos e às famílias políticas, o presidente do conselho europeu Donald Tusk constatou o obvio perante um parlamento e um conselho divididos.
"Não houve maioria para nenhum dos candidatos", afirmou Tusk, salientando que "o Conselho Europeu concordou que tem de haver um pacote que reflita a diversidade da União Europeia".
Perante a ausência de um acordo em torno de um nome para a presidência da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o atual presidente reagiu com ironia. "Constatei com alguém prazer, regozijo, satisfação, e felicidade que parece não ser muito fácil de me substituírem".
Agora entra-se no compasso de espera, 10 dias, até nova cimeira, extraordinária, com vários líderes na cimeira do G20 em Osaka, no Japão. Só depois vão procurar um acordo na cimeira agendada para 30 de junho.
Juncker assume que nada indica que o acordo que não existiu até agora seja mais fácil no dia 30. "Não espero isso. Mas é o que tem de ser feito", disse o luxemburguês, o qual espera também que o processo de escolha do presidente da comissão europeia através das listas de candidatos ao Parlamento Europeu não tenha ficado morto nesta cimeira.
"Espero que o processo em curso, - este do Spitzenkandidat - não tenha chegado ao fim. Mas, veremos a autópsia", disse com ironia. Ou seja, parece em aberto a hipótese de todos os candidatos à Comissão terem ficado excluídos, abrindo caminho para um novo nome, que obtenha uma dupla maioria na comissão e no conselho. Donald Tusk promete trabalhar para um consenso, nos 10 dias que restam.
"Vamos encontrar-nos novamente a 30 de junho. Até lá continuarei as audições, incluindo com o Parlamento Europeu", prometeu, no final da cimeira que deixou quase tudo em aberto para a escolha do presidente do executivo de Bruxelas.
Acordo climático falhado
Os líderes europeus falharam ontem um acordo climático que fixava uma data, para que fosse atingido um nível de equilíbrio neutro, nas emissões de carbono.
Nas conclusões, menos ambiciosas do que se previa, os líderes europeus "convida o Conselho e a Comissão a avançarem os trabalhos sobre as condições, os incentivos e o enquadramento que permita criar uma transição para uma UE neutra do ponto de vista do clima", mas deixando cair um ano limite de 2050, para que o objetivo fosse alcançado.
Preservando os limites estabelecidos no "Acordo de Paris", espera-se que as orientações aprovadas, "preservem a competitividade europeia, de forma justa e socialmente equilibrada, tomando em consideração as circunstâncias nacionais dos Estados-Membros".
Neste âmbito, será respeitado "o direito de decidir sobre o seu próprio cabaz energético, aproveitando as medidas já acordadas para alcançar a meta de redução de 2030",