Determinação, sede de vingança e preocupação com a família. E com o cão. Foi assim que Bush reagiu aos ataques terroristas. A totalidade das notas do assessor de imprensa foram agora publicadas.
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O testemunho é dado por Ari Fleischer, antigo assessor de imprensa do ex-Presidente dos Estados Unidos. As notas manuscritas pelo assessor foram agora publicadas e revelam o que aconteceu imediatamente após os ataques terroristas em 2001. O relato começa pouco depois de Bush ter abandonado uma escola em que se encontrava, levado pelos serviços secretos.
Entraram num carro e seguiram rumo ao Air Force One, o avião utilizado pelos Presidentes norte-americanos.
"Sempre tirei notas. É assim que trabalho" contou Ari Fleischer à agência Reuters. "Mas no 11 de Setembro, foi imediatamente evidente que era muito mais importante documentar o que o Presidente fazia e dizia. Passei grande parte desse dia colado ao seu lado e permaneci nos seus aposentos no Air Force One para ouvir e tirar notas".
"Estamos em guerra" diz George Bush ao vice-presidente Dick Cheney. Depois, desliga o telefone e declara aos assessores: "quando soubermos quem fez isto, eles não vão gostar de mim como Presidente. Alguém vai pagar".
O bloco de notas funciona como um relato cronológico de como o George W. Bush viveu um dos dias mais trágicos da história dos Estados Unidos da América e que agora assinala os 15 anos.
Hora do lado esquerdo, declarações do lado direito.
"É para isto que nos pagam rapazes. Vamos resolver isto" disse ainda aos seus colaboradores. "Mal posso esperar para saber quem foi o responsável. Vai demorar algum tempo mas não nos vamos ficar por umas palmadinhas na cara" avisou o chefe de Estado.
As notas revelam que mal o avião descolou, Bush quis ir para Washington, mas os serviços secretos não deixaram. Explicaram ao Presidente que uma comunicação dava a entender que o Air Force One poderia ser um alvo dos terroristas. Afinal não era, mas só um mês mais tarde se confirmou que esse receio se deu a uma falha de comunicações com a torre de controle.
Para além da determinação em responder ao ataque, o Presidente mostrou ainda preocupação com a família. Ainda a bordo do avião quis saber se a esposa Laura e se as duas filhas do casal estavam bem. Os serviços secretos asseguram-lhe que sim. As mulheres tinham sido levadas para locais seguros. "E Barney?" pergunta Bush.
Barney era o cão do Presidente.
A resposta sai da boca de Andy Card, o chefe de gabinete de Bush: "o Barney está a mordiscar o calcanhares do Bin Laden neste preciso momento".