Em entrevista ao jornal francês «Le Figaro», o presidente da Síria disse que «o caos e o extremismo» podem instalar-se no Médio Oriente, em caso de ataques ao país.
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O presidente sírio Bashar al-Assad alertou hoje contra o risco de uma «guerra regional» no caso de uma ação militar ocidental no seu país e negou a utilização de armas químicas pelo regime de Damasco.
«O Médio Oriente é um barril de pólvora e o fogo aproxima-se (...). Existe o risco de uma guerra regional», declarou al-Assad em entrevista ao diário francês Le Figaro, quando Washington e Paris manifestam a intenção de atacar o regime sírio, acusado de utilizar armas químicas contra a população civil.
Al-Assad referiu-se às «repercussões negativas» de eventuais ações aéreas «sobre os interesses da França« e disse que «o caos e o extremismo» podem instalar-se no Médio Oriente.
«Não deve apenas falar-se sobre a resposta síria, mas também sobre o que poderá acontecer após o primeiro ataque. Ninguém pode saber o que aconteceria. Todos vão perder o controlo da situação quando o barril de pólvora explodir», indicou o Presidente sírio ao enviado do diário francês a Damasco.
Bashar al-Assad desafiou ainda os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da França, François Hollande, a exibirem «uma única prova» do ataque do seu exército com armas químicas.
O presidente sírio assegurou ainda que «quem contribuir para o reforço financeiro e militar dos rebeldes é inimigo do povo sírio».
Os serviços secretos franceses garantiram hoje que o ataque de 21 de agosto com armas químicas num subúrbio de Damasco foi cometido pelo regime do Presidente Bashar al-Assad e provocou a morte de pelo menos 281 pessoas.
De acordo com fonte dos serviços de informações franceses citada pela agência noticiosa AFP, os números constam de um documento entregue aos deputados pelo primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault durante uma reunião sobre a crise síria, onde também se faz referência a um ataque «em massa».
Os números são mais reduzidos que os fornecidos por Washington, que se referiu a pelo menos 1.400 mortos.
O governo de Assad rejeitou qualquer responsabilidade pelos ataques e acusou os rebeldes da oposição, que afirma serem armados pelo ocidente.