O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, anunciou hoje que vai estudar a possibilidade de recorrer da sentença do tribunal britânico, que autorizou a extradição do australiano para a Suécia.
Corpo do artigo
Numa curta declaração à porta do tribunal, Assange sublinhou que não foi condenado pelas alegações de tentativa de violação e violação feitas por duas mulheres suecas.
«Mesmo assim, o mandado de detenção europeu é tão restritivo que impede os tribunais britânicos de terem em consideração os factos de um caso, como os juízes tornaram hoje claro», lamentou.
Assange queixava-se do facto de, por pretender acelerar o processo de extradição, o mandado de detenção europeu não permitir aos tribunais locais pronunciarem-se sobre o mérito do caso mas apenas validar o mandado.
O fundador do WikiLeaks adiantou que vai analisar «o próximo passo nos próximos dias», mas não confirmou se irá recorrer para o tribunal de última instância.
O australiano, de 40 anos, tem agora 14 dias para pedir um recurso ao Supremo Tribunal britânico, mas só se este considerar que a questão é de «importância pública».
No eventualidade de ser rejeitado pelo tribunal de última instância, a lei determina que a extradição para a Suécia decorra no prazo de dez dias.
Julian Assange pode ainda pedir que o caso seja analisado pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
O fundador do WikiLeaks tornou-se numa figura pública depois de, no ano passado, o portal ter publicado milhares de documentos secretos, nomeadamente telegramas diplomáticos norte-americanos.
O australiano encontra-se em liberdade mas tem de usar uma pulseira eletrónica e permanecer numa residência no oeste de Inglaterra, a cerca de 200 quilómetros de Londres.
A decisão de hoje do tribunal superior [High Court] foi o resultado de um recurso contra a sentença do tribunal de primeira instância declarada em Fevereiro e a favor da extradição.