Associação israelita vai contestar acordo entre Israel e Hamas para libertar reféns palestinianos
A associação Almagor vai apresentar no Supremo Tribunal israelita uma petição contra o acordo que prevê a libertação de prisioneiros palestinianos.
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Uma associação israelita vai contestar o acordo entre Israel e o Hamas. A Almagor, que representa vítimas de terrorismo, anuncia que vai apresentar no Supremo Tribunal, ainda esta manhã, uma petição contra o acordo que prevê a libertação de prisioneiros palestinianos.
"A Almagor exige ver a lista de prisioneiros que Israel está a considerar libertar como parte do acordo.A organização também exige ver todos os detalhes dos compromissos que Israel está a assumir com o Hamas relativamente às restrições ao combate durante o período de cessar-fogo, incluindo a cessação da recolha de informações, bem como a entrega de combustível e outros fornecimentos que possam ajudar o Hamas a conduzir operações terroristas contra residentes de Israel", afirma a organização.
Israel aceitou na terça-feira o acordo, com todos os membros do executivo de Netanyahu a votarem a favor, exceto os três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), de extrema-direita, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
O Qatar disse esta quarta-feira que vai ser anunciado nas próximas 24 horas o início da trégua de quatro dias entre Israel e o movimento islamita Hamas, que prevê a libertação de reféns em Gaza e de prisioneiros palestinianos. Durante estas 24 horas podem ser apresentadas contestações ao acordo.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros catari descreveu as conversações que produziram o acordo para uma "pausa humanitária" como o resultado de uma mediação do Egito, dos EUA e do Qatar.
"O início da pausa será anunciado nas próximas 24 horas e terá a duração de quatro dias, sujeito a prorrogação", referiu o comunicado.
"O acordo inclui a libertação de 50 reféns, mulheres e crianças civis, atualmente detidas na Faixa de Gaza, em troca da libertação de um número de mulheres e crianças palestinianas detidas em prisões israelitas", referiu o ministério.
"O número de pessoas libertadas irá aumentar em fases posteriores da implementação do acordo", acrescentou o comunicado.
O Qatar sublinhou que o cessar-fogo "irá permitir a entrada de um maior número de comboios humanitários e ajuda humanitária, incluindo combustível designado para necessidades humanitárias".
O Hamas saudou esta quarta-feira o acordo, mas garantiu que a luta não terminou. "Confirmamos que as nossas mãos continuarão no gatilho e que os nossos batalhões triunfantes continuarão atentos", alertou o grupo, num comunicado.
Esta trégua surge após semanas de pressão crescente por parte da comunidade internacional e dos principais organismos internacionais, como as Nações Unidas, para pôr termo aos ataques incessantes, que também já causaram mais de 1,5 milhões de deslocados.
Telavive declarou guerra ao Hamas depois de o grupo islamita ter lançado um ataque contra Israel a 07 de outubro, no qual morreram mais de 1200 pessoas e 240 foram raptadas e levadas para Gaza.