A informação chegou através das autoridades francesas a Portugal ontem, sábado, à noite, e foi transmitida à TSF pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.
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Num primeiro momento, o governo chegou a garantir que não havia portugueses entre as vítimas. Essa informação acabou corrigida ao final da noite, ao ser confirmado que dois portugueses foram atingidos pelos ataques a um hotel e a um restaurante no Burkina Faso, com um deles a acabar por morrer.
Além do cidadão português que morreu, estava ainda um outro no hotel onde se verificou o ataque, consultor da União Europeia, que saiu ileso, acrescentou a mesma fonte, segundo informações recolhidas pelos serviços consulares de Portugal no Senegal.
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, manifestou este domingo, em Paris, "as sentidas condolências à família" do cidadão português. "Resta-nos, naturalmente, endereçar as nossas mais sentidas condolências à família e, por outro lado, manifestar a nossa total disponibilidade, nomeadamente dos nossos serviços consulares, para que, em diálogo com as autoridades francesas, possamos garantir o acompanhamento em todas as diligências que há que fazer para garantir a transladação do corpo e, ao mesmo tempo, para tratar de todas as matérias de natureza consular e administrativa", disse José Luís Carneiro à Lusa.
O secretário de Estado, que iniciou este domingo, em França, a primeira visita oficial ao estrangeiro, confirmou que se trata de "um cidadão de nacionalidade portuguesa, casado com uma cidadã francesa, pai de quatro filhos, com 51 anos de idade", uma informação que lhe foi avançada no sábado à noite pelas autoridades francesas.
Um balanço divulgado no sábado, na capital do Burkina Faso, diz que 29 pessoas foram mortas e 30 feridas no ataque reivindicado pela Al-Qaeda do Magrebe Islâmico.
No sábado, o ministro suíço dos Negócios Estrangeiros disse que dois suíços foram mortos no ataque, e o primeiro-ministro canadiano afirmou que seis canadianos estão entre as vítimas mortais.
Uma fonte próxima do procurador de Ouagadougou, citada pela agência France-Presse, disse que a maioria das vítimas é constituída por estrangeiros, brancos, tendo-se referido ainda à morte de cinco nacionais do Burkina Faso.
Segundo o ministro da Segurança Interna do Burkina Faso, os corpos de três 'jihadistas', todos homens, já foram identificados, precisando que os assaltantes eram "muito jovens".
"Aqueles que os viram calculam que eram muito jovens, o mais velho não deveria ter mais de 26 anos", declarou o ministro, antes de adiantar que o grupo atacante chegou ao hotel em veículos com matrículas do Níger.
Uma fonte da segurança tinha antes evocado a presença de, pelo menos, quatro 'jihadistas', incluindo duas mulheres.
Na noite de sexta-feira os 'jihadistas' atacaram o restaurante Capuccino e o hotel Splendid, frequentados sobretudo por ocidentais. Foram necessárias 12 horas às forças da ordem para assumirem o controlo da situação.