O autor do tiroteio do centro comercial de Munique tinha dupla nacionalidade alemã e iraniana. A motivação para o crime é ainda desconhecida. A cidade acordou "muito calma" e cheia de polícias.
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É um amanhecer diferente habitual em Munique. A TSF falou com Manuel Monteiro, emigrante "há 20 anos" naquela cidade e dono de dois restaurantes. O português nota uma calma fora do comum para um sábado de manhã e sublinha a quantidade de polícias que estão nas ruas.
Munique já acordou do pesadelo que viveu ontem, mas a cidade ainda não voltou à normalidade. Os transportes públicos - que estiveram parados durante algumas horas - começaram a funcionar. O metro também, mas não pára na estação mais próxima do local do ataque.
Foi durante a madrugada que a polícia alemã desfez parte das dúvidas: "o autor é um alemão-iraniano de 18 anos de Munique". O jovem não era conhecido dos serviços de segurança, admitiu o chefe da polícia Hunertus Andra, em conferência de imprensa.
Também admitiu que ainda não se sabe qual a justificação para o ataque. "O motivo ou a explicação para este crime é totalmente desconhecido", disse Hunertus Andra.
O atacante, cujo cadáver foi encontrado a aproximadamente um quilómetro do local do tiroteio com sinais de que se terá suicidado, estava armado com uma pistola. A polícia confirma um total de dez vítimas mortais, incluindo o agressor.
O jovem começou a disparar ao início da tarde contra pessoas à saída de um McDonald's, antes de continuar os disparos num centro comercial nas imediações, lançando o pânico, antes de se colocar em fuga.
António Costa escreve no Twitter
O governante português falou nas redes sociais acerca da matança de ontem em Munique.
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"Mais uma vez, a violência e o terror surgem do nada e deixam a Europa em choque. Solidários, sentimos a dor e preocupação da Alemanha", escreveu António Costa.
Reação iraniana
É do Irão que a família do atacante é originária e este país já repudiou o ataque.
"O Irão condena este ato e exprime a sua solidariedade com o povo e o Governo alemão", declarou Bahram Ghassemi, porta-voz da diplomacia iraniana, citado pelas agências de notícias Irna e Isna.
O responsável condenou o "assassínio de inocentes indefesos" e afirmou que "não há outra escolha que não a luta total e sem distinção" contra o terrorismo.
Outras reações internacionais
Pouco depois do ataque, por todo o mundo, foram várias as declarações de apoio ao governo alemão e solidariedade com as vítimas. As mais recentes chegam dos Estados Unidos, nomeadamente, dos candidatos à Casa Branca.
"Isto não pode continuar. A ascensão do terrorismo ameaça o modo de vida de todos os povos civilizados, e devemos fazer tudo ao nosso alcance para mantê-los afastados das nossas terras", disse Trump numa mensagem na sua página de Facebook.
Hillary Clinton, que hoje anunciou a escolha do seu vice-presidente para a acompanhar na candidatura às eleições presidenciais norte-americanas em novembro, disse que a matança foi "horrível" e que os Estados Unidos "apoiam a Alemanha", um país amigo.
Antes destas declarações, o porta-voz da Casa Branca, John Earnest, afirmou que "a determinação da Alemanha, Estados Unidos e de toda a comunidade internacional vai manter-se firme perante atos de violência desprezível como este".
Outra reação das últimas horas vem de Moscovo. O Presidente russo, Vladimir Putin, enviou condolências à chanceler alemã Angela Merkel.
Apesar das condenações internacionais, a chanceler continua em silêncio.