A Síria continua a recorrer a armas químicas no teatro de guerra, apesar de se ter comprometido, em 2013, a destruir o seu arsenal deste tipo de armas.
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Quando se pensa em armas químicas, as imagens do Vietname são as primeiras que surgem, mas os curdos mortos pelo regime de Saddam Hussein são também difíceis de esquecer.
No final dos anos 80, o antigo ditador iraquiano usou com frequência gás mostarda e gás sarin tanto na guerra com o Irão como para travar protestos no Curdistão e no sul do país.
Desde 88 até 2012, a utilização de armas químicas limitou-se praticamente a grupos terroristas.
As primeiras suspeitas de que Bashar Al Assad estava a usar armamento proibido surgiram em dezembro de 2012, em Homs, mas só três meses depois houve dois casos confirmados nos arredores de Alepo e Damasco.
O regime acusou os rebeldes de serem os responsáveis, mas mais tarde um relatório da ONU apontou claramente o dedo para as forças sírias.
Em setembro de 2013, Barack Obama traçou a famosa linha vermelha sobre o uso frequente de armas químicas na Síria, mas recuou quando Damasco aceitou uma proposta da Rússia para destruir o armamento químico. O processo começou em outubro do mesmo ano e em junho de 2014 a organização para a destruição de armas químicas dizia que todos os stocks já tinham saído do país.
Ainda não tinham passado três meses quando gás de cloro, que não tinha sido declarado, começou a ser usado em ataques em diversas zonas do país.
O caso mais recente é o de Ghouta oriental que este ano já foi alvo de pelo menos três bombardeamentos químicos.
Em 2016, também o autoproclamado Estado Islâmico foi acusado de usar gás mostarda em Marea e Hama.