O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou hoje que o Governo de Atenas está pronto para "esperar pacientemente" até que os credores do país se convertam ao "realismo" nas suas exigências de reformas em troca de financiamento.
Corpo do artigo
Numa declaração ao jornal Ephimarida ton Syndakton, citada pela agência francesa AFP, Alexis Tsipras escreve: "Vamos esperar pacientemente até que as instituições se convertam ao realismo".
O chefe do Governo de Atenas sustenta no texto que só o "oportunismo político" leva as instituições a pedir novos cortes nas reformas, um dos pontos de discórdia nas negociações, que foram interrompidas ao fim do dia de domingo sem qualquer resultado.
Já o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse, numa entrevista ao jornal Bild, que o resgate da Grécia tem de começar novamente e que a Europa deve admitir que o que fez até agora "foi um erro".
"Somos todos humanos e é difícil admitir erros. Creio que vai ser preciso tempo para que as instituições europeias, Berlim e Bruxelas reconheçam que o programa que apoiaram durante cinco anos foi um erro mas não há outro caminho", disse, citado na edição de hoje do jornal alemão.
"Vamos ter de começar do zero com o plano de resgate, fazer tábua rasa", acrescentou.
Nesta entrevista, Varoufakis insiste na sua abordagem de que a Grécia precisa de vincular o pagamento da dívida ao crescimento económico, além de um perdão.
"Em primeiro lugar precisamos de vincular o pagamento da dívida ao crescimento económico. Em segundo lugar precisamos de um perdão, só assim podemos garantir o pagamento da maior parte da dívida", disse.
O ministro disse também que é necessário um alargamento dos prazos de pagamento, fazendo uma referência à dívida de 7.000 milhões de euros ao Banco Central Europeu, cujo prazo termina no verão.
"No verão vamos ter de pagar 7.000 milhões ao BCE mas não temos esse dinheiro. Devemos, então, recorrer outra vez aos contribuintes alemães para que nos emprestem dinheiro e possamos pagar ao BCE? Isso não tem sentido. É melhor adiar o pagamento", disse.