Pelo menos três pessoas, um polícia e dois civis, morreram hoje e 30 pessoas ficaram feridas num atentado bombista contra uma esquadra de polícia em Midyat, no sudeste da Turquia.
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"A autora deste ataque é a organização assassina PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão)", indicou o primeiro-ministro turco aos jornalistas em Istambul, onde na terça-feira um ataque semelhante matou 11 pessoas no bairro histórico da cidade.
"Felizmente, as medidas de segurança permitiram-nos evitar um número de mortos mais elevado", declarou Binali Yildirim, realçando que o carro transportava "uma carga de explosivos muito grande". Yildirim sublinhou que o povo turco "deve ficar a saber que a República da Turquia é forte".
A explosão de hoje atingiu o edifício, de vários andares, da polícia em Midyat, numa província, Mardin, de maioria curda. De acordo com a agência governamental turca Anatolia, várias ambulâncias foram enviadas para o local do atentado. A localidade de Midyat situa-se a cinquenta quilómetros da fronteira síria.
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A cadeia de televisão CNN-Türk avançou que um carro carregado com explosivos tentou passar à força uma barreira de segurança no edifício da polícia. Os agentes dispararam contra o condutor que, nesse momento, acionou a carga explosiva que transportava.
Os rebeldes curdos e as forças governamentais retomaram os confrontos no ano passado, pondo fim a um cessar-fogo em vigor desde 2013, na sequência de negociações secretas entre o líder do PKK, Abdullah Ocalan, e o Estado turco.
Ancara tem levado a cabo uma intensa ofensiva contra o PKK - listado como grupo terrorista pelo Estado turco e pelos seus aliados ocidentais - conduzindo "operações de limpeza" em várias cidades do sudeste turco.
Vários grupos ativistas acusam as forças governamentais pela destruição de centros urbanos e pela morte de civis. O Governo considera que estas operações são essenciais para a segurança pública e culpa o PKK pelos estragos.
Mais de 40 mil pessoas morreram desde que o PKK decidiu iniciar uma luta armada, em 1984, pela constituição de um Estado curdo independente. Desde então, o grupo tem diminuído as suas exigências, que agora passam por "maior autonomia" e maiores "direitos culturais".