Atentados no Sri Lanka foram "retaliação" pelos ataques em mesquitas na Nova Zelândia
O novo balanço aponta para 321 mortos e mais de 500 feridos. Entre as vítimas mortais estão 45 crianças, confirmou a UNICEF.
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O Governo do Sri Lanka admitiu esta terça-feira que os atentados no domingo de Páscoa em várias igrejas e hotéis foram uma "retaliação" do recente ataque a uma mesquita na Nova Zelândia.
"A investigação inicial revelou que os atentados foram uma retaliação pelo ataque a mesquitas na Nova Zelândia", disse o secretário de estado da Defesa Ruwan Wijewardene no Parlamento, adiantado ainda que além do National Thawheed Jama"ath, há outro grupo islâmico envolvido nos ataques: o Jammiyathul Millathu Ibrahim.
Entretanto, um porta-voz da UNICEF confirmou à Reuters que entre as 321 mortais estão 45 crianças. As autoridades cingalesas anunciaram ainda que há 40 suspeitos identificados, entre eles, um homem de nacionalidade síria.
Os diretores das quatro agências de segurança do Sri Lanka foram alertados para a possibilidade de um ataque contra igrejas no país a 11 de abril, semanas antes dos atentados. O vice-inspetor da polícia, Priyalal Disanayaka, escreveu uma carta dirigida aos diretores de quatro agências de segurança do Sri Lanka a pedir que "prestassem atenção extra" aos lugares e aos vip's sob a sua alçada.
O relatório dos serviços de informações, que foi anexado à carta, indica que o grupo Towheed Jamaar Nacional estaria a planear para breve um ataque suicida "em algumas igrejas importantes".
Apesar do alerta, desconhece-se se foram tomadas algumas medidas antes dos atentados na Páscoa contra hotéis e igrejas. Na sequência dos ataques, as autoridades do Sri Lanka aumentaram ainda mais as medidas de segurança. O país está sob estado de emergência e o Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, declarou hoje um dia de luto nacional.
A capital do país, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país.
A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda. As primeiras seis explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 08:45 de domingo (03:15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.
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