Autocarros fiscalizados no Brasil "prosseguiram até ao destino final e os eleitores votaram"
Diretor da Polícia Rodoviária Federal justificou operações "com base no código de trânsito brasileiro".
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, Alexandre de Moraes, revelou que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, justificou as operações de fiscalização de transportes públicos de eleitores "com base no código de trânsito" e garante que todos os autocarros "prosseguiram até ao destino final e os eleitores votaram".
"Segundo o diretor da Polícia Rodoviária Federal, que veio até ao Tribunal Superior Eleitoral explicar exatamente questão e vai documentar depois, foram realizadas com base no código de trânsito brasileiro. Ou seja, um autocarro com um pneu careca, com farol quebrado, sem condições de rodar, era abordado e era feita autuação", disse Alexandre de Moraes em conferência de imprensa.
O presidente do TSE assume que essas ações atrasaram a chegada de cidadãos brasileiros às urnas, mas não impediram ninguém de votar.
"Isso, em alguns casos, retardou a chegada dos eleitores à sessão eleitoral, mas em nenhum caso impediu os eleitores de chegarem. Isso é muito importante. Será apurado caso a caso o que ocorreu e, segundo do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, foi exatamente essa questão de interpretação. As vistorias foram feitas em autocarros sem condições de circular, mas esses autocarros em nenhum momento retornaram à origem, ou seja, prosseguiram até ao destino final e os eleitores votaram", assegura.
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No entanto, durante a reunião entre Silvinei Vasques e Alexandre de Moraes "foi determinado que todas as operações cessassem" a partir desse momento.
Esta é a primeira vez na história do Brasil que os eleitores tiveram transporte gratuito para os locais de voto, num país em que a participação é obrigatória.
De acordo com vários órgãos de comunicação social brasileiros, a autoridade já fez mais de 500 operações do género durante este domingo. A Folha de São Paulo revela que o número é 70% superior ao que aconteceu na primeira volta, a 2 de outubro.
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Silvinei Vasques já tinha utilizado a conta pessoal no Instagram para apelar ao voto em Jair Bolsonaro, na qual publicou uma bandeira brasileira e escreveu: "Vote 22. Bolsonaro presidente."
Já este domingo, Tribunal Superior Eleitoral também usou as redes socais para pedir aos cidadãos brasileiros que denunciassem qualquer tipo de irregularidade eleitoral com a frase: "Quem impede a população de votar comete crime eleitoral."
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