Autoridades moçambicanas pedem vigilância após ameaças de um novo ataque em Macomia
Macomia é uma das regiões mais afetadas pelas incursões dos insurgentes e está localizada a 176 quilómetros da capital provincial de Cabo Delgado (Pemba).
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O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique pediu este sábado vigilância às comunidades do distrito de Macomia, um dos mais afetados pelos ataques armados em Cabo Delgado, alertando que os insurgentes ameaçaram atacar a região durante o Natal.
"Viemos pedir muita vigilância à população de Macomia, como eles ameaçaram atacar no dia 25. Mas com a vossa vigilância e prontidão para denunciar no caso de aparecer qualquer estranho, vamos passar este período sem nenhum problema", declarou Bernardino Rafael, durante um encontro com as comunidades do distrito de Macomia, citado pela rádio e televisão públicas.
Durante o encontro com o comandante-geral da Polícia moçambicana, as comunidades locais pediram, uma vez mais, armas para apoiar as Forças de Defesa e Segurança no combate aos insurgentes.
"Aqui na vila sede os jovens precisam de armas para ajudar os militares", disse Ansumane Maulana, um dos residentes de Macomia.
Em resposta, o comandante-geral da polícia moçambicana garantiu que vai, em coordenação com comando distrital, analisar esta opção.
"Em relação às armas, nós vamos ver. Vamos falar com o comandante distrital para perceber quantas pessoas precisam de ter armas para se juntarem às Forças de Defesa e Segurança", disse Bernardino Rafael.
Na sexta-feira, no âmbito da visita que realiza ao distrito de Macomia, o comandante-geral anunciou que as Forças de Defesa e Segurança abateram um total de 37 terroristas e apreenderam 21 armas na última semana naquele distrito.
Os resultados anunciados são consequência de operações do 7.º batalhão das Forças de Defesa e Segurança posicionado em Macomia, uma das regiões mais afetadas pelas incursões dos insurgentes e que está localizada a 176 quilómetros da capital provincial de Cabo Delgado (Pemba).
Segundo o comandante-geral da polícia moçambicana, além dos 37 insurgentes abatidos e das 21 armas apreendidas, as Forças de Defesa e Segurança destruíram três viaturas, 10 motorizadas, nove bicicletas e 17 embarcações, meios que eram usados pelos grupos insurgentes durante as suas incursões.
A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África para exploração de gás natural, começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.