Trabalhos preliminares podem começar já em dezembro, mas a exumação propriamente dita está dependente de avaliação posterior.
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Depois de Francisco Franco, o conselho de administração do Património Nacional espanhol autorizou a exumação dos mais de 33 mil corpos enterrados no do Vale dos Caídos.
A exigência partiu de 31 famílias de vítimas da guerra civil espanhola, sepultadas no que acaba por ser uma vala comum de enormes dimensões, escavada na rocha da montanha.
O Instituto Eduardo Torroja do Conselho Superior de Investigações Científicas não encontrou nenhum problema grave de segurança no estudo que conduziu, pelo que o processo está em marcha, anuncia o Património Nacional num comunicado citado pela imprensa espanhola.
Os trabalhos preliminares podem começar já por altura do Natal, mas a exumação só será levada avante conforme o que as equipas de trabalho encontrem local e posterior análise de técnicos forenses.
Depois, só uma vez realizado o projeto de obras para o acesso aos vários níveis das criptas se procederá à abertura da cobertura da Capela do Santo Sepulcro, seguindo pela Capela do Santíssimo e, finalmente, pelos capelas laterais da nave da Basílica.
Segundo o jornal El Diário, a primeira cripta aberta será a dos irmãos Lapeña, Manuel e Antonio Ramiro, fuzilados em 1936. A família tem uma autorização do tribunal para a exumação desde 2016, mas sempre encontrou obstáculos para a concretizar.
Há 33.815 mortos durante a ditadura franquista enterrados no Vale dos Caídos, segundo os registos da Abadia de Santa Cruz. Desses 21.423 estão identificados, apenas 157 são mulheres e um pequeno grupo eram republicanos, sepultados ao lado do seu líder, Francisco Franco, sem autorização das respetivas famílias.
O corpo do ex-ditador espanhol Francisco Franco voltou a ser enterrado em outubro no cemitério de Mingorrubio, em El Pardo, nos arredores de Madrid, depois de ter sido exumado do Vale dos Caídos, onde estava há quase 44 anos, depois da sua morte em 1975.
A retirada do corpo do ditador, contra a vontade dos descendentes de Franco, teve o apoio da esquerda espanhola (PSOE e Unidas Podemos), todos os partidos regionalistas, incluindo os independentistas catalães, e contou com a abstenção da direita (Partido Popular e Cidadãos), tendo apenas dois deputados do PP votado contra "por engano".
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