Avaria em comboio deixa centenas de pessoas presas durante horas no Canal da Mancha
Um alarme soou e obrigou a multidão a abandonar o comboio através da zona que normalmente é utilizada pelos trabalhadores que fazem a manutenção do local.
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Centenas de passageiros foram evacuados de um comboio que ficou dentro do túnel do Canal da Mancha, entre o Reino Unido e França, após um problema técnico. A Getlink, empresa que gere a ligação ferroviária entre Coquelles, no Norte de França, e Folkestone, no sudeste de Inglaterra, disse que cerca de 400 pessoas tiveram de abandonar o comboio.
Um alarme soou e obrigou a multidão a abandonar o comboio através da zona que normalmente é utilizada pelos trabalhadores que fazem a manutenção do local. Sarah Fellows, uma das passageiras, de 37 anos, disse que a experiência foi "aterrorizante".
"Havia uma mulher a chorar no túnel, outra que viajava sozinha teve um ataque de pânico", contou Sarah Fellows à AFP.
Outro viajante, Michael Kent, disse que os passageiros ainda passaram várias horas no comboio antes de ser evacuado enquanto os técnicos tentavam resolver o problema. Acabaram por ser transferidos para um comboio de substituição, mas ainda passaram quase cinco horas no túnel submerso.
Os comboios que tinham partida prevista para depois deste, provenientes de França, tiveram um atraso de até seis horas. John Keefe, um dos responsáveis da Getlink, afirmou que os passageiros foram levados para Folkestone enquanto o comboio era retirado do túnel.
"Operações como esta levam tempo, mas são para a segurança de todos e devem ser feitas cuidadosamente. Todos os que foram apanhados no incidente foram transportados e agora estamos de volta aos serviços normais", justificou John Keefe.
O Canal da Mancha abriu em 1994 e é composto por dois túneis de uma só via e um túnel de serviço, com 50 quilómetros de comprimento. O troço submarino tem 38 quilómetros e é o mais longo do mundo.
Desde a inauguração já transportou mais de 80 milhões de veículos em comboios com quase 800 metros de comprimento. No mês passado, o número de comboio a circular através do Canal da Mancha reduziu devido aos efeitos das greves ferroviárias no Reino Unido, embora os seus funcionários não se tenham juntado ao protesto.