Avião militar que transportava ministra espanhola alvo de interferência no GPS quando voava perto de região russa
Quando o avião militar passava a cerca de 60 quilómetros do enclave russo de Kaliningrado, a tripulação detetou uma tentativa de perturbação do GPS, embora o episódio não tenha tido qualquer repercussão no voo. A governante espanhola fala numa "ameaça real"
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Um avião militar de Espanha em que viajava a ministra da Defesa do país foi esta quarta-feira alvo de uma interferência no GPS quando voava perto da região russa de Kaliningrado, disse a própria governante, Margarita Robes.
"Há uma ameaça real, nós sofremos essa interferência, tínhamos um GPS militar e, evidentemente, estamos muito comprometidos com a procura da paz", disse a ministra em resposta a questões dos jornalistas depois de ter aterrado na Lituânia, destino do voo que fez esta quarta-feira de manhã.
Margarita Robles está esta quarta-feira na Lituânia, na base militar de Siauliai, para visitar um contingente de tropas e meios militares espanhóis que estão no país numa missão da NATO (a aliança de cooperação em defesa de países da Europa e da América do Norte).
Quando o avião militar em que viajou a ministra voava a 40 mil pés e passava a cerca de 60 quilómetros do enclave russo de Kaliningrado, a tripulação detetou uma tentativa de perturbação do GPS, embora o episódio não tenha tido qualquer repercussão no voo, disse fonte oficial do Ministério da Defesa de Espanha.
Estes aviões (um A-330 da Força Aérea espanhola) estão equipados com um sistema de navegação militar mais sofisticado e seguro do que os que usa a aviação civil, explicaram as mesmas fontes, que acrescentaram também ser normal este tipo de tentativas de interferências na zona.
Numa conferência de imprensa ao lado da homóloga da Lituânia, Dovilė Šakalienė, a ministra espanhola reiterou o apoio à Ucrânia e a necessidade de haver paz neste país, atacado militarmente pela Rússia.
Não são aceitáveis as agressões da Rússia na Ucrânia, nem as ameaças da Rússia em qualquer lugar, nem na Europa, nem no mundo.
"Acreditamos que o essencial é reivindicar o direito a que todos nos possamos deslocar e voar livremente pelo território europeu sem que haja, como vivemos esta manhã, interferências por parte de quem todos sabemos", acrescentou Margarita Robles, sem referir expressamente a Rússia neste ponto.
A ministra espanhola garantiu que nada "vai quebrar a vontade de Espanha ou de outro país da Aliança Atlântica [NATO] de continuar a trabalhar pela paz".
Também a ministra da Defesa da Lituânia se referiu ao episódio e considerou que "a ameaça é real", realçando que os aviões militares têm GPS alternativos que respondem às tentativas de bloqueio, mas não é assim com os aviões civis, "que estão a sofrer esses ataques".