Vários aviões militares F-16 sobrevoaram hoje de manhã a baixa altitude a capital do Egito, numa altura em que a situação no país continua tensa, apesar do presidente Morsi ter anulado um decreto que lhe dava plenos poderes.
Corpo do artigo
A oposição liberal no Egito apelou hoje à continuação dos protestos contra o presidente Mohamed Morsi, exigindo a retirada do projeto de revisão constitucional que Morsi quer referendar a 15 de dezembro.
O presidente do Egito anulou, no sábado, um decreto que reforçava os seus poderes e cuja aprovação provocou uma grave crise política no país.
No entanto, Morsi decidiu manter a data de 15 de dezembro para a realização do referendo à nova Constituição, por ser legalmente impossível alterar a data, o que desagradou à oposição.
A Frente Nacional de Salvação apelou aos seus apoiantes para se manifestarem hoje novamente contra o referendo.
Há algumas semanas, vários F-16 tinham já sobrevoado os céus do Cairo em exercícios militares.
Os militares, que dirigiram o país após a queda de Moubarak a 11 de fevereiro de 2011, fizeram no sábado um apelo formal ao diálogo para acabar com a crise entre o governo e a oposição.
«O método do diálogo é o melhor e único para chegar a consenso e defender os interesses supremos do país e dos cidadãos. O contrário leva-nos a um túnel escuro cujo resultado será trágico e isso é algo que não permitiremos», alertaram as Forças Armadas em comunicado.
Na sua primeira reação oficial à tensão que se vive no país, as Forças Armadas adiantam que «a continuação da crise não beneficia nenhuma das partes» e que «o preço será pago por toda a pátria».