O secretário-geral da ONU condenou hoje, «nos mais fortes termos possíveis», o golpe militar na Guiné-Bissau e apelou aos golpistas para restaurarem «imediatamente» o poder político e libertarem os detidos
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A reação do secretário geral da ONU surgiu mais de 24 horas depois do golpe de estado em Bissau, que resultou na detenção do primeiro-ministro e do presidente interino.
Esta tarde em Nova Iorque, o Conselho de Segurança exigiu a libertação dos líderes políticos e o «imediato restauro da ordem constitucional e do Governo legítimo, para permitir a conclusão do processo eleitoral em curso, incluindo eleições legislativas».
Ban Ki-moon «condena nos mais fortes termos possíveis a tomada inconstitucional do poder pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau», na declaração hoje divulgada.
Afirma ainda estar «extremamente preocupado com a relatada detenção de responsáveis políticos chave» e apela às Forças Armadas guineenses para que os libertem «imediata e incondicionalmente», assegurando a proteção e segurança de toda a população e cidadãos estrangeiros.
Lembra ainda que o povo guineense se preparava para votar na segunda volta das eleições presidenciais, marcadas para 29 de abril.
O secretário-geral «sublinha a necessidade das Forças Armadas e da sua liderança respeitarem a autoridade civil, ordem constitucional e Estado de Direito, bem como de darem passos urgentes e imediatos para restaurar a ordem civil no país».
Apela à população para «manter a calma, abster-se de atos de violência e vandalismo» e assegura que as Nações Unidas vão continuar a lutar pela «ordem constitucional» na Guiné-Bissau, paz e estabilidade.