O secretário-geral das Nações Unidas diz que esta medida deve ser tomada por ambas as partes e adianta que recebeu garantias de que a Arábia Saudita aceita negociações políticas.
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou na quinta-feira ao cessar-fogo imediato no Iémen, país onde nas últimas semanas foram registados mais de 800 mortos e 2.700 feridos.
«O Iémen está a arder. Mesmo antes da última escalada de violência, os iemenitas já necessitavam de ajuda humanitária», disse o secretário-geral da ONU durante um jantar do National Press Club, em Washington, à margem das reuniões do FMI e do Banco Mundial.
O secretário-geral da ONU defendeu que «o processo de paz diplomático apoiado pelas Nações Unidas é o melhor meio para sair desta guerra, que dura há muito tempo e tem consequências aterrorizadoras para a estabilidade regional».
O secretário-geral da ONU disse que a Arábia Saudita lhe garantiu que «entende a necessidade do processo de paz» e convocou «todos os iemenitas» a participar no mesmo.
Ban também se referiu à demissão apresentada na quinta-feira pelo enviado especial das Nações Unidas para o Iémen, Jamal Benomar, e disse que está à procura de um sucessor para o cargo. Benomar, um diplomata marroquino, era enviado especial de Ban Ki-moon para o Iémen desde 2012.
Uma coligação liderada pela Arábia Saudita bombardeia posições dos rebeldes xiitas 'huthis' há mais de três semanas.
Os rebeldes xiitas e seus aliados, que conquistaram a capital, Sanaa, e várias regiões do norte e do oeste do Iémen, lançaram, em março, uma ofensiva sobre o sul, numa tentativa de tomar o controlo de todo o país.
Em reação, a 26 de março, a Arábia Saudita assumiu a liderança de uma coligação internacional que levou a cabo ataques aéreos contra os 'huthis' e respetivos aliados.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, esta terça-feira, uma resolução que impõe um embargo de armas às milícias xiitas 'huthis' do Iémen e exige a retirada do território que conquistaram. Catorze dos 15 países membros do conselho votaram a favor e a Rússia absteve-se.