O secretário-geral das Nações Unidas afirmou que o fim do conflito na Líbia está para breve e que a organização deve chegar ao terreno rapidamente e com mandato robusto.
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«Acho que podemos esperar agora uma rápida conclusão para o conflito e um fim para o sofrimento do povo líbio», disse Ban Ki-moon, esta terça-feira durante uma declaração no Conselho de Segurança, em Nova Iorque.
Ban Ki-moon adiantou que tem vindo a discutir com o presidente do Conselho, Mustafa Abdel Jalil, o papel da ONU nos próximos meses, em particular na assistência à preparação de eleições, justiça, policiamento e necessidades humanitárias urgentes.
«Nos próximos dias, o governo de transição vai delinear pedidos específicos. O meu objectivo é ter pessoal das Nações Unidas no terreno o mais rapidamente possível, ao abrigo de um mandato robusto do Conselho de Segurança», afirmou.
Ban Ki-moon alertou para a necessidade de «acção urgente» para lidar com os problemas humanitários, identificando «sinais de progresso». Estes incluem a descoberta de «grandes quantidades» de medicamentos e alimentos pelas novas autoridades, que terão sido recolhidas pelas forças de Kadhaffi.
Os hospitais estão a reabrir, o Programa Alimentar Mundial enviou água, medicamentos e sangue, doados pelo governo da Tunísia, e o porto de Tripoli está aberto e a funcionar, facilitando a entrada de ajuda.
Um problema grave é o baixo nível das reservas de água, estando engenheiros da UNICEF a procurar reparar o sistema de água que abastece Tripoli. Actualmente, 60 por cento da população da capital está sem água ou saneamento e ainda não há indicação de quando o abastecimento será regularizado.
O secretário-geral da ONU adiantou que já foram usados 110 milhões de dólares dos 1,5 mil milhões de dólares descongelados na semana passada.
«Serão necessárias mais acções nos próximos dias. Apelo ao Conselho para continuar a responder aos pedidos de financiamento das autoridades de transição», afirmou.
O comité de sanções da ONU, presidido por Portugal, deu esta terça-feira o seu acordo unânime à libertação a favor do Banco Central da Líbia de mais 1,86 mil milhões de dinares líbios (cerca de 1,13 mil milhões de euros) que tinham sido congelados no Reino Unido.
O montante será destinado a lidar com necessidades humanitárias urgentes, reforçar o sector bancário, pagar salários de funcionários públicos e aumentar a liquidez na economia, segundo a missão do Reino Unido na ONU.