Numa conferência sobre segurança nuclear em Haia, o secretário-geral da ONU lembrou que o que aconteceu na Crimeia pode levar os países a começarem a adquirir armas nucleares. A Ucrânia diz que vai continuar a ser um Estado não nuclear.
Corpo do artigo
O secretário-geral da ONU mostrou-se preocupado com uma eventual corrida às armas nucleares após o insucesso da comunidade internacional em garantir a integridade territorial da Ucrânia.
Numa conferência sobre segurança nuclear em Haia, Ban Ki-moon alertou que isto não pode servir de desculpa para que outros países procurem armas nucleares.
Ao lembrar o acordo assinado há 20 anos entre a Ucrânia e a Rússia em que Kiev prescindia das armas nucleares soviéticas em troca da não violação da integridade do seu território, Ban Ki-moon frisou que as garantias dadas foram seriamente minadas.
Perante o que aconteceu na Crimeia, as implicações são profundas para a segurança regional e para o tratado de não proliferação nuclear, porque, usando este exemplo, os países podem começar a comprar armas nucleares, aumentando assim a insegurança e o isolamento, adiantou.
Entretanto, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros prometeu que o país vai continuar a ser um Estado não nuclear de uso militar, até porque este «é um perigo para nós e para a região».
Andriy Deshchytsya, que sublinhou que a Ucrânia reitera os seus «compromissos para o tratado de não proliferação» de armas nucleares, disse ainda estar à espera de uma resposta de Moscovo para negociações sobre a Crimeia.
Contudo, o chefe da diplomacia ucraniana disse ter informações de que está a «colocar um grande número de tropas russas na fronteira oriental da Ucrânia».