Barco com ajuda humanitária de ativistas do Freedom Flotilla aproxima-se da costa da Faixa de Gaza
Um dos ativistas a bordo adiantou que drones israelitas têm estado a vigiar o trajeto do navio, sendo que acredita já estar "demasiado" perto do enclave para que o Exército israelita permita a continuação da viagem
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O grupo de ativistas Freedom Flotilla anunciou este sábado que um barco de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza estava a aproximar-se do território e planeava desembarcar na manhã deste domingo, desafiando o bloqueio israelita.
O navio, chamado Handala em homenagem a uma popular personagem de banda desenhada palestiniana, estava a apenas 70 milhas náuticas (130 quilómetros) do seu destino, disseram os organizadores - mais perto de Gaza do que o seu antecessor, o Madleen, estava quando foi intercetado em junho.
Um dos ativistas a bordo adiantou que drones israelitas têm estado a vigiar o trajeto do navio - algo pouco "usual" -, sendo que acredita já estar "demasiado" perto do enclave para que o Exército israelita permita a continuação da viagem. Através de meios comunicação do Médio Oriente, os ativistas foram avisados por Israel que, caso continuassem, as forças armadas iriam ter "de lidar" com eles. Lembra, ainda, que os israelitas "não têm" qualquer autoridade em águas internacionais e, por isso, pede à comunidade internacional para que fique atenta.
A marinha israelita afirmou que iria igualmente impedir o novo navio de chegar ao território palestiniano devastado pela guerra.
“O [Exército israelita] impõe o bloqueio legal de segurança marítima à Faixa de Gaza e está preparado para uma vasta gama de cenários, que atuará de acordo com as diretivas do escalão político”, disse um porta-voz do exército à AFP no sábado.
Transportando 19 ativistas e dois jornalistas de vários países, o Handala partiu da Sicília a 13 de julho, com o objetivo de quebrar o bloqueio israelita a Gaza e levar ajuda à população.
O território está a enfrentar uma grave escassez de alimentos e outros bens essenciais, com as Nações Unidas e as ONG a alertarem para uma fome iminente.
A tripulação do Handala afirmou num post no X que entraria em greve de fome se o Exército israelita intercetasse o barco e detivesse os seus passageiros.
O último barco enviado pela Flotilha da Liberdade, o Madleen, foi intercetado pelo Exército israelita em águas internacionais a 9 de junho e rebocado para o porto israelita de Ashdod. Levava 12 ativistas a bordo, incluindo a proeminente ativista climática sueca Greta Thunberg.
