Barco rumo a Gaza "só pára se for atacado". Ativista a bordo pede "perdão" ao povo da Palestina por "mundo ter falhado"
Seja qual for a ideia de Israel, os ativistas que estão a bordo do barco que leva ajuda humanitária para Gaza garantem que não é opção ficar a meio do caminho
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Entrevistado pela TSF, Thiago Ávila, o coordenador desta missão, que partiu de Itália há três dias, mostra-se determinado: "Não compactuamos com nenhuma ameaça da força ocupante nem de qualquer governo. Nós simplesmente não vamos parar. A única opção deles é atacar o nosso barco, se eles quiserem impedir que cheguemos."
No momento da publicação deste artigo, o barco Madleen está a cerca de dez horas da ilha de Creta, na Grécia. Os ativistas esperam chegar a Gaza no domingo. Até agora, a viagem tem decorrido com alguns sobressaltos, como drones a sobrevoar a embarcação, mas sem problemas maiores.
A bordo deste barco humanitário, segue para Gaza tudo o que é possível transportar. "Alimentos, medicamentos, muletas, próteses para crianças que foram amputadas, filtros de água", enumera.
Ávila, ativista brasileiro há 20 anos, já esteve naquele enclave e no Líbano, e, com essas memórias presentes, deixa na TSF uma mensagem aos palestinianos:
Perdão pelo mundo ter falhado convosco. Perdão pelo mundo não ter acabado com o imperialismo, seja o britânico, que gerou boa parte destes problemas, seja o imperialismo dos Estados Unidos, que mantém e escala estes problemas, movimentando a máquina de guerra em direção aos interesses do sionismo. E obrigado pelo vosso gesto de resistência, que abriu os olhos do mundo. O mundo inteiro hoje entende o que é o sionismo, o que é o imperialismo e as pessoas que abriram os olhos para a realidade do sistema em que vivemos nunca mais vão voltar a dormir. Então, graças a este povo, esperamos grandes mudanças na história da humanidade, porque a estrutura de exploração, das opressões e da destruição da natureza que existe dentro do sistema capitalista, imperialista, foi desmascarada.